Auditoria da Dívida é destaque em debate de presidenciáveis

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27/8/2014

 

No primeiro debate entre os presidenciáveis, a proposta de auditoria da dívida foi defendida por vários candidatos. No mês passado, a Auditoria Cidadã da Dívida enviou a todos os candidatos à presidência um questionário, perguntando a eles o seu posicionamento sobre a auditoria da dívida. O resultado pode ser visto aqui: http://www.auditoriacidada.org.br/posicionamento-dos-as-candidatos-as-sobre-a-auditoria-da-divida/

No debate de ontem, o candidato Eduardo Jorge (PV) questionou Marina Silva (PSB) sobre o tema, mostrando que se auditar a dívida, ela ficaria bem pequena. Marina não respondeu. Na réplica, Jorge questionou-a novamente, sem resposta. O candidato do PV também questionou a política de juros altos (mantida pelo atual governo sob a justificativa de combater a inflação), mostrando que ela não tem efeito algum sobre os preços dos alimentos e tarifas públicas, principais causas da inflação atual. Na realidade, os juros altos somente interessam aos bancos e rentistas, que ganham com a dívida pública.

O candidato Levy Fidelix (PRTB) também defendeu várias vezes a auditoria, citando os dados da Auditoria Cidadã sobre o orçamento federal, mostrando que os gastos com a dívida são várias vezes superiores aos de áreas como a segurança, saúde e educação.

A candidata Luciana Genro (PSOL) também defendeu a auditoria da dívida, questionando Marina Silva (PSB) sobre o tema, e também sobre a política econômica como um todo, criticando o fato da representante do PSB defender a manutenção do chamado “tripé” macroeconômico, de superávit primário (ou seja, priorização dos gastos com a dívida), metas de inflação (ou seja, juros altos) e câmbio flutuante (ou seja, livre fluxo de capitais especulativos). Luciana também questionou Marina sobre a sua proposta de promover a “Independência do Banco Central” (BC), o que significaria deixar este órgão ainda mais nas mãos dos banqueiros. A candidata do PSOL citou ainda uma das descobertas da recente CPI da Dívida realizada na Câmara dos Deputados em 2009/2010, de que o BC promove reuniões periódicas com “especialistas independentes” – que na realidade são em sua maioria representantes dos rentistas da dívida pública – para discutir estimativas de variáveis como juros e inflação, que depois são utilizadas pelo COPOM na definição das taxas de juros. Ou seja: é chamar a raposa para tomar conta do galinheiro.

Marina não respondeu sobre a auditoria da dívida, se limitando a dizer que valoriza “as conquistas econômicas e sociais dos últimos 20 anos”.