150 mil nas ruas de Portugal e Espanha contra a dívida
Notícias diárias comentadas sobre a dívida – 17/9/2012
Os jornais noticiam grandes manifestações na Espanha e Portugal contra os pacotes neoliberais do FMI e União Européia, que visam aumentar impostos para garantir o pagamento de uma questionável dívida. Nada menos que 150 mil pessoas foram às ruas em Portugal e milhares de pessoas na Espanha no sábado.
Tais questionáveis dívidas foram feitas, em grande parte, para salvar da falência os bancos privados, que já receberam trilhões de euros do Banco Central Europeu, ou seja, dinheiro público.
Julgamento do Mensalão analisa denúncia de compra de votos na implementação de políticas do FMI
No Brasil, as políticas impostas pelo FMI também continuam vigentes, e hoje receberam mais um grave indício de ilegalidade. O Ministro do STF Joaquim Barbosa, relator do processo conhecido como “Mensalão”, confirmou a acusação de compra de votos de parlamentares para a aprovação da Reforma da Previdência, Tributária e da Lei de Falências. Todas estas reformas constaram de Cartas de Intenção do governo Lula ao FMI, e retiraram direitos dos trabalhadores e recursos das áreas sociais (por meio da manutenção da “Desvinculação das Receitas da União”) para permitir o pagamento de uma também questionável dívida.
Mais um grande incêndio em favela de São Paulo
Os jornais também noticiam 69º incêndio em favelas em São Paulo apenas em 2012, que desta vez atingiu a Comunidade do Moinho, deixando um morto, 80 barracos destruídos e 300 desabrigados.
Sobre este tema, cabe ressaltar que no primeiro semestre de 2012, a Prefeitura de São Paulo gastou com a dívida interna (principalmente a dívida com a União) mais que o quádruplo do que gastou com habitação.
A dívida da cidade de São Paulo é bastante questionável, pois conforme comprovou o Relatório Final da CPI da Dívida do Município de São Paulo (realizada em 2001), ela decorre de fraudes na emissão de títulos (supostamente emitidos para o pagamento de precatórios) e das elevadíssimas taxas de juros estabelecidos pelo governo FHC, antes mesmo desta dívida ter sido assumida pelo governo federal, em 2001. Desde então, ela é reajustada pelo índice IGP-DI mais 9% ao ano, o que representou uma taxa total de juros de mais de 20% em 2010, gerando grande sangria de recursos do Município para a União. Tudo para que esta última destine estes elevadíssimos juros para o pagamento da também questionável dívida federal.
Os constantes incendios em favelas também mostram a precariedade dos atuais programas de habitação, como o “Minha Casa Minha Vida”, que não conseguem suprir a urgente demanda. Para 2013, o governo federal planeja gastar R$ 13,94 bilhões com este programa, ou seja, 64 vezes menos que os R$ 900 bilhões destinados à dívida.
http://economia.uol.com.br/album/111001_protestosportugal_album.jhtm#fotoNav=1
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