Descomplicando a Dívida Pública

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O movimento da Auditoria Cidadã da Dívida agora conta com este espaço, desenvolvido para dialogar com você que está em busca de novos caminhos e linguagens que descompliquem o tema da dívida pública na sua cabeça. Este blog é uma iniciativa do núcleo baiano da Auditoria Cidadã da Dívida para uma educação econômica e emancipadora da população brasileira. O núcleo identificou, após algumas atividades de formação com grupos sociais diversos, a importância de se construir um espaço para dialogar com principiantes no assunto. O propósito deste blog é tornar mais acessível esse tema que muitas vezes parece um “bicho de sete cabeças”. Se você já acessa o conteúdo informativo da página da Auditoria Cidadã da Dívida, contará a partir de agora com o blog “Descomplicando a dívida pública”, uma ferramenta que reunirá conhecimentos sobre a dívida pública a partir de outras linguagens – como aquela que é própria dos filmes/documentários –, com textos e informações compreensíveis. Construiremos coletivamente este blog trilhando os caminhos da popularização do conhecimento. Esperamos que este seja mais um instrumento de formação crítica na luta contra o sistema da dívida que também tenta se impor por meio de uma linguagem complexa, servindo exclusivamente para afastar as pessoas desse tema que é decisivo para a garantia dos nossos direitos básicos como saúde, educação e habitação.

 

Documentário: Dívida Pública Brasileira – a soberania na corda bamba

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O documentário dirigido pelo cineasta Carlos Pronzato é uma fonte indispensável para quem quer entender a relação entre a dívida pública brasileira e a atual situação de desmonte do Brasil.  Desenvolvido em 2014, o trabalho de Pronzato traz uma série de entrevistas com especialistas experientes no tema da dívida pública, que nos mostram como a dívida pública brasileira vem colocando a soberania do país na corda bamba. Hoje, com os  ataques do Governo Temer (a PEC da morte/atual EC n.º 95, o desmonte da Petrobras, os pacotes de privatização, etc.), que vão intensificar a dependência econômica e tecnológica deste país de gente tão trabalhadora, não é alarmismo dizer que a soberania do país está praticamente nocauteada.

Enquanto os grandes meios de comunicação seguem mentindo, tentando nos convencer de que a dívida pública do país se tornou uma bola de neve devido aos gastos sociais (saúde, educação, habitação, serviços públicos, etc.) gerados por governos bondosos demais, a realidade de precariedade que as pessoas enfrentam para ter acesso à saúde pública, ou para conseguir educação pública, mostra que, ao contrário do que se afirma em determinados canais de TV e rádio, não há qualquer gastança com as pessoas que necessitam desses bens públicos.

Mas então, o que tem feito a dívida pública do país virar uma bola de neve?

Há algumas décadas a dívida pública brasileira vem perdendo aquela característica tradicional de financiamento complementar, utilizado pelo governo para complementar os recursos necessários para o atendimento das necessidades da população. A dívida pública tem se tornado cada vez mais uma dívida sem contrapartida em bens e serviços para a sociedade, convertendo-se em um instrumento a serviço da especulação financeira. Ou seja: uma dívida feita principalmente para pagar os altíssimos juros da própria dívida, e para cobrir operações financeiras que não beneficiam o povo, mas apenas grandes bancos e investidores, como as chamadas “operações compromissadas” e as “operações de swap”, que serão melhor explicadas nos próximos materiais deste blog.

Sobre essa dívida, incidem altíssimos juros, que são pagos aos grandes bancos e detentores de títulos dessa dívida. Vale dizer que em meio à profunda crise econômica que abate o Brasil neste momento, onde mais de 13 milhões de pessoas estão desempregadas, os grandes bancos (Itaú e Bradesco, por exemplo) seguem batendo recordes de lucros devido a esse mega esquema de corrupção institucionalizado, chamado sistema da dívida, infelizmente desconhecido pela maioria da população do país. Além disso, de acordo com os dados oficiais, do próprio Banco Central do Brasil, de 1998 a 2013 os governos federais do Brasil tiveram superávit primário, ou seja, os governos gastaram nas áreas sociais bem menos do que o que foi arrecadado, o que resultou numa sobra de recursos que foi reservada para a mão daqueles que recebem juros e outros serviços da dívida pública. Entretanto, mesmo assim a dívida continua crescendo como uma verdadeira bola de neve.

Na próxima postagem falaremos sobre como funciona o fenômeno da especulação financeira no Brasil…contamos com a sua participação no blog!!

Envie mensagens para o Núcleo Baiano da ACD, pelo email: auditoriacidadaba@gmail.com