Atualmente, as pessoas, “se movem pela sensação”, conta Elaine Tavares

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Por: Ana Carolina Madeira (jornalista e integrante da ACD/SC)

Em tempos de Redes Sociais, sites e blogs, jornais televisivos, impressos e radiofônicos tiveram que ser adaptados. Muito mudou na Comunicação Social. Para falar de “Meios de Comunicação de Massa e a Formação da Opinião Pública”, a jornalista e integrante do Instituto de Estudos Latino-Americanos, IELA, Elaine Tavares lembrou como as populações entendiam o que é “verdade”, no decorrer da história para chegar à realidade atual. Elaine palestrou na formação do Núcleo Catarinense de Auditoria Cidadã da Dívida (ACD/SC), no SindSaúde, no dia 17 de agosto.

“O limite era Deus, na Antiguidade. A verdade então, vinha de Deus. No Iluminismo, a razão era o limite. A verdade era construída. Hoje, tanto a verdade, quanto o limite vêm das sensações”, afirma a integrante do IELA, que também é professora de Jornalismo na UFSC. Inaugurado na Guerra do Golfo, o jornalismo de sensações é caracterizado pelo espetáculo, “baseada nos prazeres das sensações visuais e de experiências imaginárias”, como diz Jan Ekecrantz, foi um salto tecnológico que transformou a transmissão televisiva no mundo.

“A gente via aquelas luzes e os repórteres no local, falavam ao vivo que eram bombas e contavam como se sentiam”, conta a jornalista. Atualmente, as pessoas, “se movem pela sensação”, conta Elaine. Num mundo com sete bilhões de pessoas, existem apenas seis empresas que dominam as comunicações de massa. “Só seis empresas determinam as pautas”, ressalta ela que faz parte do coletivo editorial da Revista Brasileira de Estudos Latino-Americanos – Rebela. No Brasil, são 220 milhões de habitantes, sendo cinco as pessoas mais ricas.

Como estratégia para manter todo esse contingente de pessoas consumindo, os toques de celular são usados para disparar endorfinas. As pessoas acabam viciadas em endorfinas e continuam ligadas aos aparelhos telefônicos. Neste universo Vod (vídeo por demanda), além de presenciar o fim da TV aberta, gigantes acumulam poder da informação, como Google e Disney. Porém, os bancos dominam as empresas de comunicação social no mundo, através de patrocínios e ações nas Bolsas de Valores.

Como recurso para driblar os gigantes que pautam mundialmente, a integrante do IELA que coordena a Comunicação, trabalha com as linhas de pesquisa povos originários e comunicação, cita a Teoria Marxista do Jornalismo, de Adelmo Genro Filho. Prega contextualizar a informação com singularidade e densidade. “Texto bonito, contextualizado e amoroso”, conclui Elaine Tavares.