Economista da ACD, Rodrigo Ávila desmonta discursos falaciosos em torno do Sistema da Dívida – Painel 5 do Seminário Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida
Para finalizar o Painel 5 do Seminário Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, da manhã desta sexta-feira (25/06), o economista da ACD, Rodrigo Ávila discorreu “Desmontando os discursos falaciosos em torno do Sistema da Dívida”, em especial os divulgados na grande Mídia comercial.
Jornalões como “O Estado de São Paulo” e “Folha de São Paulo” tem publicado artigos para tentar atacar os dados apresentados pela Auditoria Cidadã da Dívida, e para o economista, “isso deixa claro que estamos incomodando”. Então, analisou os argumentos e decifrou o jogo de palavras que é usado para tentar desmerecer os estudos da ACD.
Um dos alvos dos críticos é o gráfico pizza, que é muito didático e esclarecedor sobre quais são os verdadeiros gastos do Estado. Ele apresentou o gráfico pizza do Orçamento Federal previsto para 2021, onde está a projeção de R$ 2,236 trilhões só para o Sistema da Dívida, o que desmonta a ideia de que os vilões do orçamento seriam os gastos sociais, como pessoal e previdência. Para tentar preservar o discurso pró-reformas (previdência, trabalhista, teto de gastos sociais, etc), a grande imprensa tem tentado atacar o gráfico, dizendo que os gastos com a dívida representariam só “rolagem”, ou seja, o pagamento do principal da dívida com recursos obtidos por meio de novos empréstimos. Porém, conforme Ávila, grande parte dessa “rolagem” na verdade é pagamento de juros, que o governo contabiliza como se fosse “rolagem”. Além do mais, grande parte da dívida é paga com fontes de recursos que nada tem a ver com novos empréstimos.
Outro argumento da grande imprensa (repetido por outros economistas) que foi desmontado por Ávila é que o Brasil estaria em “déficit” desde 2014, e que a dívida pública estaria garantindo o financiamento dos gastos sociais. Porém, o conceito utilizado pela imprensa é o de “déficit primário”, que segue a metodologia do FMI e desconsidera muitas fontes de receita, tais como lucros do Banco Central, amortização de dívidas estaduais, remuneração da Conta Única do Tesouro, dentre outros. Na realidade, a dívida pública tem retirado dinheiro das áreas sociais. Desta forma, Ávila desmontou a ideia bastante difundida de que a dívida seria resultado de uma suposta “gastança” com áreas sociais, até porque segundo o economista, de 1995 a 2015, tivemos um trilhão de reais de “Superávit Primário” e mesmo assim a dívida se multiplicou.
Por fim, Ávila desmontou vários outros argumentos falaciosos, tais como o de que os principais beneficiários da dívida seriam os próprios trabalhadores. Com dados oficiais, mostrou que os principais beneficiários são grandes bancos e investidores.
Veja a palestra na íntegra:
Painel completo e perguntas respondidas: