Em época de eleição, Guedes resolve criticar o teto de gastos, enquanto o IFI põe aumento da dívida na conta do auxílio
Depois que Paulo Guedes usou o teto de gastos como justificativa para impedir correção inflacionária aos servidores públicos e um auxílio emergencial decente para a população necessitada (teria que ser ao menos equivalente ao salário mínimo vigente), o ministro da Economia passa a criticar o mesmo teto, em discurso eleitoreiro, noticiado pelo jornal Valor Econômico.
Mas a crítica de Guedes não se pauta nos verdadeiros problemas gerados por esse insano teto, como a limitação de investimentos em áreas sociais e de infraestrutura para a população, ou o fato dos gastos com a dívida terem ficado sem imite algum. Segundo Guedes, o teto impede que o Estado diminua, e cita como exemplo a venda de estatais para “doar recursos para a população”… O mesmo Guedes que propôs auxílio emergencial de pífios R$ 200 no início da pandemia.
Enquanto isso, o IFI (Instituição Fiscal Independente), órgão de monitoramento fiscal ligado ao Senado Federal, joga a culpa do crescimento da dívida pública no pagamento do pífio auxílio aos mais pobres, esquecendo que a cada 1% de aumento na taxa básica de juros (Selic) temos um gasto anual extra de R$ 34,9 bilhões com pagamento de juros da dívida pública.
Do início de 2021 para cá, a Selic saltou de 2% para 13,75%, gerando cerca de R$ 400 bilhões em gastos: aí é que está o rombo das contas públicas! Para efeito de comparação, os oito meses de auxílio emergencial em 2021 custaram cerca de R$ 60 bilhões.
Só não enxerga quem não quer: o grande ralo do dinheiro é e continuará sendo a chamada dívida pública, que não gera contrapartida em investimentos, como já afirmou o próprio Tribunal de Contas da União (TCU). Sem auditoria, esse cenário não muda. Auditoria já, com participação social! #AuditoriaJá