Banco Central vai levar o Brasil à recessão com juros altos
Coluna da jornalista Mônica Bergamo para a Folha de São Paulo, publicada neste sábado (4), aponta que o presidente Lula e ministros de seu governo consideram que foram traídos pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, com a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75%. De acordo com a jornalista, o governo esperava que houvesse maior diálogo para participar de um esforço conjunto para o Brasil superar os problemas econômicos que hoje enfrenta, sem passar por uma recessão.
A política do BC, infelizmente, não surpreende, já que Campos Neto declarou publicamente em 2021 que “é preciso colocar o país em recessão para recuperar a credibilidade”. A fala foi tema de diversos posts da Auditoria Cidadã da Dívida sobre o impacto negativo dos juros altos, e foi debatida em live com participação da coordenadora nacional Maria Lucia Fattorelli e do nosso economista, Rodrigo Ávila, em 14 de novembro de 2022. (Veja em www.youtube.com/watch?v=RJNHX82-CrQ)
Como destaca a notícia da Folha, com a Selic em alto patamar por mais tempo, torna-se mais difícil a recuperação do crédito e a atividade econômica no país, colocando o Brasil na rota da recessão, como já planejava Campos Neto no fim de 2021. Alinhado aos interesses do setor financeiro, o Banco Central “independente” explode o gasto com a dívida pública e sacrifica a população sob a falsa de justificativa de controlar a inflação (como se estivéssemos todos comprando em excesso).
Diante disso, fica evidente a necessidade de rever a insana autonomia dada ao BC, conforme abordamos em item da Carta Aberta entregue à Equipe de Transição. É muito importante que o governo apoie a aprovação do nosso Projeto de Lei Complementar para limitar os juros no Brasil, o PLP 104/22 (sem alterações!), e claro, precisamos também de uma CPI para investigar a quem realmente interessa a política suicida do Banco Central!