Ex-diretor do BC reconhece que novo arcabouço é para pagar dívida de forma acentuada
O jornal Correio Braziliense traz em sua edição desta segunda-feira (17) uma entrevista com o economista e ex-diretor do Banco Central (BC), Fernando Figueiredo. De acordo com ele, o governo estaria dando passos para frente na área fiscal, pois o desenho do novo arcabouço estaria no caminho certo para conter o crescimento da dívida pública “de forma acentuada”. Ao ser questionado sobre as atuais taxas de juros, afirmou que o BC está certo em não ceder às “pressões externas” e manter as taxas.
A visão de Figueiredo é a mesma do mercado, que põe o crescimento da dívida na conta dos investimentos sociais, no pagamento de servidores públicos e nos gastos com a previdência, por exemplo. A verdade, no entanto, é que a dívida pública cresce, em sua maior parte, devido ao pagamento de juros e amortizações da própria dívida, alimentados pelos diversos mecanismos financeiros operados também pelo Banco Central, como a bolsa-banqueiro, frequentemente denunciada pela Auditoria Cidadã da Dívida.
O arcabouço fiscal mantém o teto de gastos, com uma migalha de apenas 0,6 a 2,5% a mais, portanto, mantém os privilégios no pagamento desta dívida jamais auditada e deixa em segundo plano o nosso desenvolvimento socioeconômico. Enquanto não combatermos a raiz dos problemas, os juros seguirão altos, a inflação sem controle e a dívida crescente, e esse enfrentamento tão urgente passa pela realização da auditoria da dívida, com participação popular! #AuditoriaJá