DÍVIDA RECORDE: PARA INVESTIR NAS ÁREAS SOCIAIS, OU PARA PAGAR JUROS E OUTROS MECANISMOS FINANCEIROS?
Ontem os jornais repercutiram a divulgação do estoque da Dívida Pública Federal (DPF) ao final de 2023, segundo eles, um recorde de R$ 6,52 trilhões, tendo crescido quase 10% no ano passado, dando a entender que o país estaria gastando demais com as áreas sociais.
Porém, a dívida tem crescido devido aos juros e outros mecanismos financeiros, e não para financiar as áreas sociais. Além do mais, na realidade a DPF fechou 2023 em R$ 8,8 trilhões, pois o governo e a grande imprensa escondem uma parcela de R$ 2,3 trilhões de títulos da dívida em poder do Banco Central (BC), alegando que seria uma dívida do Tesouro Nacional com o BC, outra instituição pública. No entanto, o BC recebe juros do Tesouro sobre estes títulos, que podem ser entregues aos bancos nas chamadas “operações compromissadas”, que recolhem e remuneram com juros altos a sobra de caixa dos bancos (a chamada “Bolsa Banqueiro”). Ou seja: dívida para enriquecer rentistas, e não para investir nas áreas sociais.
Em breve a Auditoria Cidadã da Dívida divulgará artigo detalhando a evolução da dívida no ano passado.