Para manter juros altos, Copom recorre a desculpas esdrúxulas
O Comitê de Política Monetária (Copom) freou o ritmo de queda da taxa Selic, reduzindo-a em meros 0,25 pontos percentuais. Segundo os mais esdrúxulos argumentos, a decisão foi tomada devido à calamidade no Rio Grande do Sul e a uma série de explicações que nem mesmo os membros do Copom parecem entender ou acreditar. Essa foi a primeira vez em cinco reuniões que houve divergências nos votos dos diretores, sendo que quatro deles, indicados pelo presidente Lula, defendiam um corte maior de 0,5 pontos percentuais. (Leia notícia relacionada aqui).
A ata do Copom mencionou que as expectativas de inflação aumentaram e que o mercado de trabalho está mais dinâmico do que o previsto. Além disso, justificaram que o cenário externo adverso exige maior cautela na condução da política monetária. No entanto, esses argumentos soam como desculpas esfarrapadas.
A verdade é que, mesmo que a redução tivesse sido de 0,5 pontos percentuais, a Selic ainda estaria em um patamar abusivo. A constante elevação dos juros com pretextos frágeis evidencia uma política econômica que favorece o mercado financeiro à custa da população. A discrepância nos argumentos usados pelo Copom só reforça a percepção de que as decisões são baseadas em interesses que nem os próprios formuladores de políticas conseguem justificar de maneira convincente.
É por isso que a Auditoria Cidadã da Dívida intensifica a Campanha “É hora de virar o Jogo”, defendendo que a política monetária tenha uma função social, não se restringindo a beneficiar apenas o mercado financeiro. A população brasileira merece uma gestão econômica que priorize o bem-estar social e o desenvolvimento sustentável, não os lucros exorbitantes de poucos.