Senadora Zenaide Maia questiona bolsa-banqueiro e pede auditoria da dívida a futuro presidente do BC
Na última terça-feira (08), a Senadora Zenaide Maia (PSD/RN) participou da sabatina de Gabriel Galípolo, o indicado de Lula para substituir Roberto Campos Neto na Presidência do Banco Central (BC). Ela questionou diretamente Galípolo sobre a “Bolsa-Banqueiro”, mecanismo que tem sido constantemente denunciado pela Auditoria Cidadã da Dívida (ACD):
“Sempre me chamou a atenção essa questão da remuneração das sobras de caixa de banco, porque o Brasil faz isso e a gente tem uma experiência de como os bancos não se interessam em emprestar os recursos. (…) Os bancos não têm interesse em emprestar porque o Banco Central já remunera (…), eles já têm a remuneração no mínimo da taxa Selic pelo Banco Central. Aí a pergunta é: até que ponto? Porque aqui a gente diz centenas de bilhões. O senhor tem ideia de quanto o Brasil, o Banco Central, o Tesouro Nacional, gastam com isso mensalmente? E até que ponto isso prejudica o setor produtivo deste país? Porque os bancos não têm interesse em emprestar, pois já têm uma remuneração garantida com o orçamento deste país. São essas duas perguntas, mas eu queria dizer ao povo brasileiro que as preocupações aqui todas foram com os bancos. Banco não perde nada, gente! Banco não perde nada. Aqui no Brasil, mais de 40% do Orçamento é para o sistema financeiro e o serviço de uma dívida que nunca foi auditada. Aí o que se fala totalmente é em ajuste fiscal – vai gastar com a saúde, com a assistência social, com a segurança pública? -, esse ajuste fiscal que eu venho questionando desde que estou aqui, eu acho que a gente já não sai da cadeira daqui a pouco… De banco, de sistema financeiro, a maioria dos países do mundo são reféns, mas o Brasil ainda é mais, porque ficam com quase 50% do orçamento deste país, retirando da saúde, da educação, da segurança pública e da assistência social. A pergunta é essa, embora eu tenha certeza de que prejudica, sim, o setor produtivo, principalmente micro e pequenas empresas. Ninguém vai ter interesse em emprestar, porque já tem garantida uma taxa Selic. Essas são as perguntas.”
Em sua resposta, Galípolo reconheceu que o Banco Central cumpre este papel, alegando: “Então, a maneira de você regular o quanto de liquidez tem no sistema é por esse caminho desta remuneração, dizendo: “Olha, o Banco Central vai lhe pagar, livre de risco [porque não tem risco de crédito], esta taxa, e aí você retira um volume de circulação, que reduz o quanto você está empurrando a economia”.
A justificativa para essa brutal retirada de moeda de circulação, que tem ultrapassado R$1,5 TRILHÃO, é o suposto combate à inflação, o que é mentira. Não há excesso de moeda em circulação no Brasil, pelo contrário! Ao retirar esse volume de circulação o BC provoca uma falsa escassez de moeda e os bancos passam a cobrar juros de mercado ainda mais elevado, como comentado ontem em entrevista à TV Democracia (Assista abaixo).
Adicionalmente, a inflação que existe no Brasil não decorre de uma suposta demanda aquecida – que deveria ser combatida por meio de juros altos e redução do dinheiro circulando na economia -, mas tem sido provocada pela elevação de preços administrados pelo próprio governo (energia, combustíveis etc.), e outros preços que também não caem com a alta de juros. “É urgente modificar essa política monetária suicida do BC”, arremata Maria Lucia Fattorelli, coordenadora nacional da ACD.
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