Consciência Negra: resultados de ações afirmativas e contrastes mostram porque luta é necessária

Hoje é dia de lembrar que cada conquista da população negra no Brasil — como as cotas e as políticas afirmativas — não vieram de graça, nem foram um presente de governos. Elas são fruto de muita luta, que remonta a resistência nos quilombos, desde Zumbi de Palmares, e segue viva nos movimentos sociais organizados.

E foram estes movimentos os responsáveis por avanços significativos que podem ser vistos hoje. Desde a aprovação da Lei de Cotas em 2012 (Lei 12.711/2012), a proporção de estudantes negros em universidades públicas cresceu de 7,2% em 2010 para 22,6% em 2019. Essa política contribuiu para maior inclusão social e diversidade nas instituições, ampliando oportunidades para grupos historicamente marginalizados.

Mas a luta está longe de acabar. Ainda enfrentamos o racismo estrutural, a desigualdade e a violência, sendo que a falta de recursos para as diversas políticas públicas (como educação, saúde, transporte), como resultado do Sistema da Dívida, prejudica principalmente a população afrodescendente.

Em São Paulo, de acordo com a revista Exame, apenas 3,68% dos cargos de liderança em empresas são ocupados por pessoas negras. Para mulheres negras, esse número cai ainda mais, para 2%.

Segundo estudo do Insper, a desigualdade racial custa aos trabalhadores negros R$ 103 bilhões por mês em potencial de renda não realizada. Em média, homens negros poderiam ganhar mais R$ 2.097 por mês, enquanto mulheres negras, R$ 1.535, caso não enfrentassem discriminação. O impacto vai além da renda imediata, perpetuando um ciclo intergeracional de menor acúmulo de recursos e oportunidades para futuras gerações.

Por esses e outros motivos, é preciso fortalecer a luta, que é apoiada pela Campanha Nacional por Direitos Sociais. É dever de todos manter viva essa resistência, para garantir um futuro com mais justiça, equidade e oportunidades.

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