Fattorelli denuncia sistema que consome R$ 1 tri em juros do dinheiro do povo brasileiro

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A coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), Maria Lucia Fattorelli, concedeu uma entrevista contundente ao canal Da Prática Política nesta quarta-feira (08), em que expôs os graves problemas da condução da política econômica e monetária no Brasil. Entre as críticas, destacou o gasto exorbitante com juros da chamada dívida pública, que permanece sem auditoria.

De acordo com dados do Banco Central, nos 12 meses encerrados em novembro de 2024, foram acumulados impressionantes R$ 918 bilhões em juros sobre a dívida de todo o setor público, incluindo estados e municípios.

Explicou que isso decorre principalmente das elevadíssimas taxas de juros praticadas no país, por culpa do Banco Central, que usa a desculpa de que estaria controlando a inflação, porém, “o tipo de inflação que existe no Brasil não é controlado quando se eleva a taxa de juros”, afirmou.

Ela ressaltou que fatores como o alto preço dos combustíveis, da energia elétrica e dos alimentos são os verdadeiros motores da inflação no país. E questionou: “Quando o Banco Central sobe a taxa dos juros, o preço dos alimentos vai cair? O preço do combustível vai cair? O preço da energia vai cair? Claro que não!”

Outro ponto alarmante levantado foi o fato de que uma parte desse gasto de quase R$ 1 trilhão com juros no ano passado foi pago por meio da emissão de novas dívidas, elevando o seu estoque.

“Se você faz uma estimativa de uma taxa de juros de mais de 10% ao ano em cima de uma dívida interna que já soma R$ 9 trilhões, você chega a estes R$ 900 bilhões”, explicou. Fattorelli ainda alertou que, ao incluir os juros acumulados em dezembro, o montante total será ainda maior.

Segundo ela, não há justificativa técnica, científica ou política para os juros praticados no Brasil. O objetivo desta política é enriquecer ainda mais grupos que se beneficiam e especulam com o Sistema da Dívida.

Assista à entrevista completa: