Rentistas do mundo inteiro reconhecem que a dívida “interna” brasileira é uma verdadeira galinha dos ovos de ouro

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Ontem, o Jornal Valor Econômico publicou notícia com a manchete “Diferencial de juros é vantagem nítida do real e investidor reconhece isso, diz Morgan Stanley”, trazendo fala da estrategista-chefe para América Latina dessa instituição financeira, de que “O crescente diferencial de juros entre Brasil e os outros mercados, em especial os Estados Unidos, é um fator importante para o desempenho da moeda brasileira reconhecido pelos investidores globais”.

A representante da Morgan prossegue, reconhecendo abertamente que “Atualmente, o real oferece o melhor ‘carry’” (ou seja, a obtenção de ganhos com base na diferença entre a taxa de juros) “ajustado à volatilidade entre as moedas mais líquidas dos mercados emergentes, superado apenas pela lira turca e pela rupia indiana”, e que “O ‘carry’ continua sendo uma vantagem muito clara para o real e é frequentemente citado como um forte ponto positivo em todas as nossas conversas com investidores.”

Conforme a Auditoria Cidadã da Dívida tem denunciado, o Brasil pratica uma taxa básica real de juros de 8,31% ao ano, várias vezes superior à taxa praticada em países desenvolvidos, como nos Estados Unidos (1,46% a.a.), Zona do Euro (0,39% a.a.) e Japão (-2,99% a.a. NEGATIVOS).

As altíssimas taxas de juros são o principal fator de crescimento da dívida pública no Brasil (cujos pagamentos têm consumido mais de 40% do orçamento federal), sob a falsa justificativa de combate à inflação, que decorre principalmente de preços administrados pelo governo e preços de alimentos (devido à política de priorização às exportações), e não de uma suposta demanda aquecida. Tais questionáveis taxas devem ser investigadas por uma profunda Auditoria, com participação da sociedade.

É preciso também apoiarmos a Campanha pelo Limite de Juros que luta pela aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 104/2022, proposto pela Auditoria Cidadã da Dívida e várias entidades da sociedade civil. O PLP acaba com a Bolsa-Banqueiro, ou seja, a remuneração da sobra de caixa dos bancos, que atualmente recebem do Banco Central uma fortuna, devido à “Taxa Selic” alcançar patamares altíssimos.  O PLP também estabelece o limite de 12% ao ano para a taxa de juros de quaisquer empréstimos ou financiamentos.

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