Com argumentos falsos, neoliberais defendem, na Folha, ainda mais austeridade
Mais uma vez, vemos economistas alinhados à velha cartilha do mercado ocupando espaço na grande mídia – desta vez na Folha de São Paulo – para defender uma política econômica que já provou ser desastrosa para o país. A matéria tenta sustentar a tese de que cortar investimentos públicos e manter o teto de gastos sociais seria o caminho certo para o equilíbrio das contas. Mas a quem realmente serve esse discurso?
Segundo a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, “quem é contra essa política suicida não tem espaço na grande mídia, nem neste governo”. E não é difícil entender o motivo. O modelo defendido na matéria prioriza o pagamento de juros da dívida pública — juros esses que são, nas palavras dela, “extorsivos e estão levando a economia real à inanição”.
Enquanto isso, setores essenciais como saúde, educação, ciência, moradia e infraestrutura seguem sufocados por uma falsa ideia de responsabilidade fiscal. Na prática, o que se vê é uma política que desmonta o Estado, impede investimentos e agrava as desigualdades sociais.
“O governo aposta no teto de gastos sociais e pratica austeridade em investimentos que interessam à população para servir ao Sistema da Dívida”, denuncia Fattorelli. Isso significa que as prioridades estão completamente invertidas: o orçamento está sequestrado por mecanismos que garantem lucros absurdos para o setor financeiro.
A mídia ignora deliberadamente um debate que é fundamental: quem se beneficia desse modelo? Por que não há espaço para ouvir vozes que questionam essa lógica? A resposta é clara na fala de Fattorelli: “A grande mídia e o governo não dão espaço pra gente porque sabem que, em poucos minutos, derrubaríamos os falsos argumentos que constam dessa matéria”.
A verdade é que essa narrativa tem se mostrado frágil e insustentável. Basta observar os efeitos desse modelo: desemprego, precarização, desindustrialização e aumento da miséria. “O povo está acordando!”, conclui Maria Lucia.