Banco da Inglaterra garante injeção de R$ 1,16 trilhão para resgatar sistema financeiro
O Banco da Inglaterra (BoE) declarou que está preparado para injetar 250 bilhões de libras (R$ 1,16 trilhão) para manter o funcionamento dos mercados e das entidades financeiras após o terremoto nas bolsas que provocou a vitória daqueles que queriam que o Reino Unido abandonasse a União Europeia (UE) no referendo dessa quinta-feira (23).
Algumas horas depois do referendo, o Banco Central Europeu (BCE) soltou outra nota para o mercado afirmando que está preparado para injetar mais liquidez nos mercados e assegurar a estabilidade de preços após a decisão majoritária pela saída do Reino Unido da União Europeia.
O maior organismo monetário europeu considera que o sistema bancário europeu é “resistente em termos de capital e liquidez” e garante que está “preparado” ante essa “eventualidade” e em contato com todos os bancos que supervisiona.
“O BCE está preparado para injetar liquidez adicional em euros e em moedas estrangeiras se for necessário”, afirma o comunicado do Banco Central, que destaca que “cumprirá com as suas responsabilidades” para garantir a estabilidade de preços.
Desse modo, a instituição presidida por Mario Draghi está supervisionando de perto o devir dos mercados financeiros “em contato” com outros bancos centrais.
“Medidas adicionais”
O “governador” do BoE, o canadense Mark Carneu, garante que a instituição “está preparada” para essa situação e “não descarta” tomar medidas adicionais que garantam a estabilidade dos mercados e o funcionamento da economia britânica.
“Já tomamos todos os passos necessários para nos prepararmos para os eventos de hoje”, assinalou o maior responsável da política monetária anglo-saxã, que acrescentou, “para amenizar os efeitos da decisão”, o BoE implementou “amplos planos de contingência”.
O Banco da Inglaterra disse, antes de conhecer o resultado da consulta, que estaria coordenado com o BCE para controlar a situação que poderia se originar nos mercados financeiros.
Para tranquilizar investidores, Carney defendeu que os requerimentos de capital dos principais bancos do país são “dez vezes maiores” que antes da crise, pelo que garantiu que têm a flexibilidade necessária para continuar concedendo crédito, tanto a empresas como a pessoas físicas. Assinalou que os bancos captaram 130 bilhões de libras (R$ 603 bilhões) e têm nos seus balancetes mais de 600 bilhões de libras (R$ 2,78 trilhões) em ativos de “alta qualidade”.
Todos os bancos britânicos, incluindo as filiais do Santander (o quinto maior banco do Reino Unido) e o de Sabadell, o TSB, apresentaram ao supervisor de Londres um plano de contingência para evitar um colapso caso acontecesse o que ocorreu hoje, o desabamento dos mercados financeiros.
Matéria publicada pelo jornal El País, da Espanha, e traduzida pela Auditoria Cidadã da Dívida