LATINDADD DEBATE RETROCESSOS SOCIAIS E POLÍTICOS NA AMERICA LATINA

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Os conturbados acontecimentos recentes na America Latina como a instabilidade política no Brasil, Venezuela, o processo de paz na Colômbia, consolidação do neoliberalismo no Peru, reformas impopulares na Argentina e um possível retrocesso nos acordos comerciais locais foram foco do debate da II Conferência Regional do Latinidadd, realizado em Porto Alegre.

Integrante da Auditoria Cidadã da Dívida, núcleo Minas Gerais, a economista Eulália Alvarenga foi uma das convidadas para falar sobre a situação econômica do Brasil no quesito dívida pública e sobre os projetos atuais em pauta, que retiram direitos sociais, visando maior destinação de recursos para alimentar o sistema da dívida, como a conhecida PEC do Teto de Gastos.

“Está em curso a reforma trabalhista, a reforma da previdência – com a falácia do déficit que visa a atender a interesses do setor financeiro privado, que deseja o enfraquecimento da previdência social pública para que todos os trabalhadores passem a constituir fundos privados de previdência sujeitos a regras de mercado e sem garantia do Estado”, ressaltou.

Ela definiu ainda como precarização do serviço as alterações da jornada máxima de trabalho, idade mínima, redefinição de trabalho escravo dentre outras reformas em pauta no parlamento.

“Os 1% mais ricos compraram os meios de comunicação que dão forma ao entendimento do povo sobre o que está acontecendo, reescreveram as leis fiscais de maneira tal que agora recebe dois terços de toda riqueza (juros, dividendos, rendas e ganhos de capital)”, criticou.

ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO

A economista lembrou que os 1% mais ricos do planeta são também proprietários dos meios de comunicação e não atuam para informar a real gravidade dos acontecimentos atuais.

“Com relação às redes sociais, é preciso atuar de forma articulada entre os movimentos existentes, posto que a lógica dos algoritmos tanto do Facebook quanto Twitter impulsionam postagens com maior índice de compartilhamento, por exemplo. Temos um grande desafio pela frente, os inimigos são muitos, a grande mídia marginaliza o movimento social e sindical”, afirmou.

Ela defendeu ainda que as pautas dos movimentos devem ser trabalhadas em conjunto para que haja maior poder de persuasão e alcance, mas enfatizou que não há como substituir militância real por virtual. “Grande parte da população não está inserida no universo digital, então a atuação virtual tem efeito limitado junto a uma parcela significativa da população”.

Ao final, o Latindadd se pronunciou favorável à luta dos estudantes brasileiros contra a PEC 55, que irá afetar diretamente os investimentos em educação e saúde. (https://goo.gl/FUhYLV)

O Latindadd é uma organização não governamental, composta por 21 instituições e organizações de 12 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicaragua, e Peru. O propósito é fazer um intercâmbio de informação entre os membros acerca dos acontecimentos e experiências nos países.

Mais detalhes sobre a entidade: http://www.latindadd.org/

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