Auditoria Cidadã debate Reforma da Previdência e sua relação com o sistema da dívida em atividades do Sinasefe e SindMPU
A coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, participou, neste sábado (14/4), de palestra e debate em dois sindicatos nacionais: o Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) e o SindMPU (Sindicato Nacional dos Servidores do MPU e do CNMP).
Com auditório lotado em ambas as atividades, Fattorelli contextualizou a natureza da crise atual, que tem sido usada como justificativa para a Reforma da Previdência e corte de direitos sociais.
“O que explica a falência de inúmeras empresas, o desemprego recorde, a queda do PIB em mais de 7% em apenas 2 anos, ao mesmo tempo em que assistimos o contínuo crescimento do lucro dos bancos apesar da “crise” e queda do PIB? Essa conjuntura se deve a política monetária do Banco Central”, criticou.
A partir da análise de dados oficiais, a coordenadora desmontou os argumentos da equipe econômica do governo acerca da necessidade de uma reforma da previdência e do rombo nas contas públicas.
“De 1995 a 2015 produzimos R$ 1 trilhão de Superávit Primário. Apesar disso, a dívida interna aumentou de R$86 bilhões para quase
R$4 trilhões no mesmo período”. Ela ainda denunciou as operações compromissadas usadas pelos governos para remunerar a sobra de caixa dos bancos e que nos últimos dez anos, produziu um prejuízo de R$ 754 Bilhões. (Saiba mais sobre operações compromissadas)
Fattorelli ainda explicou a implantação de um esquema fraudulento de geração de dívida pública que tem sido apresentado como solução para problemas financeiros dos estados da federação e cujo projeto segue para aprovação na Câmara dos Deputados: a securitização de créditos, que nada mais é que desvio de recursos públicos para bancos privilegiados. (Entenda mais sobre o PLP 459/2017).
Sobre a Reforma da Previdência, Fattorelli explicitou o porquê da Auditoria Cidadã da Dívida ser contra e como é falacioso o argumento de que a PEC 6/2019 combate privilégios.
“A “economia” de R$ 1 trilhão que Guedes quer fazer corresponde ao valor que deixará de ser pago sob a forma de benefícios da Previdência e Assistência Social, ou seja, deixará de chegar às mãos das pessoas que usam o valor que recebe em consumo que movimenta a economia de
forma virtuosa, fazendo retornar recursos ao próprio governo, sob a forma de tributos”, reforçou.
Confira as telas das palestras:
SindMPU
Sinasefe