Austeridade não é um conceito econômico, é um conceito moral e político – Prof. Miguel Bruno

Compartilhe:

O Professor de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UERJ), Miguel Bruno, fala que qualquer tipo de teto de gastos no ponto de vista da macroeconomia, é pré-keinisiano, ou seja, cientificamente ultrapassado, porque Keynes em 1930 mostrou a impropriedade de se tratar as finanças públicas com a mesma lógica das finanças privadas, de famílias e empresas.

Também falou que austeridade fiscal, sequer é um termo técnico em economia, não é um conceito econômico, austeridade é um conceito moral com apelo político. O fato é que qualquer teto de gastos, amarra a política econômica, impedindo que a política econômica exerça seus efeitos positivos na economia.

Explicou também que é um enorme erro tratar as finanças públicas como finanças privadas de famílias e empresas, porque o Estado possui dois monopólios institucionais: a tributação e a emissão de moeda. Portanto a proposta do Novo Arcabouço Fiscal, prima mais o seu objetivo político do que científico, sendo uma maneira de apaziguar o setor financeiro.