BANCO CENTRAL aumenta juros e torra, de início, valor equivalente a 114% do auxílio emergencial

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Além desse custo imediato onerosíssimo nos juros da dívida, essa decisão absurda de aumentar os juros em plena pandemia impactará negativamente toda e economia do país, já que essa taxa básica influencia diretamente em todas as taxas de juros praticadas pelo mercado.

Agora “independente” o Banco Central dá mostras do que isso significará para a sociedade, aumentando juros e empurrando o país para o aprofundamento da recessão, de forma contrária ao que a economia do país precisa, e também em sentido contrário ao que está ocorrendo nos demais países, que mantêm as taxas básicas de juros em patamar próximo de zero ou até negativas.

Trata-se de escancarada transferência de renda da sociedade para os bancos e grandes especuladores:


Ao mesmo tempo em que o governo diz não ter recursos para manter o auxílio emergencial no patamar pago no ano passado e fez chantagem para limitar seu valor a apenas R$ 44 bilhões (impondo a PEC 186 que coloca o ajuste fiscal na Constituição e desmonta os direitos sociais), o Banco Central torra centenas de bilhões com seus mecanismos de política monetária suicida.

A dívida interna federal está atualmente no patamar de R$ 6,7 trilhões. Apesar de apenas parte dessa dívida ser indexada à Taxa Selic, esta taxa serve como um piso para a taxa de juros exigida pelos bancos em outros tipos de títulos (prefixados e outros), que pagam taxas muito maiores. Prova disso é que enquanto a Selic esteve em 2% ao ano, o custo médio da dívida pública federal foi de quase 9% ao ano (ver https://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO_ANEXO:11841 – Tabela 4.2)

A reiterada justificativa para o aumento dos juros para controle da inflação é uma trapaça! A inflação no Brasil é causada pelo aumento de preços administrados pelo próprio governo (combustíveis, energia, planos de saúde, remédios etc.) e altas de alimentos, devido à política agrícola que privilegia a agricultura de exportação, além da desvalorização do real, causada por incompetência do Banco Central (que oferece contratos de apostas – swap – estimulando a especulação com a moeda brasileira) e devido à ausência de controles sobre os fluxos de capitais financeiros especulativos. As altas taxas de juros inibem o investimento e o consumo, destroem a economia e tem fabricado a crise que experimentamos desde 2015 (ver https://auditoriacidada.org.br/conteudo/crise-fabricada-video-12-ehoradevirarojogo/ )

A auditoria da dívida ganha cada vez importância mais relevante diante dessas novas medidas, tendo em vista que as altíssimas taxas de juros brasileiras constituem uma das principais ilegitimidades da origem desta dívida – que concentra renda e poder no país – e deveria ser investigada por uma ampla auditoria integral com participação social.

AUDITORIA JÁ! COM PARTICIPAÇÃO SOCIAL!