Acelera a Bancarrota do Planeta – 24 Nações Estão Enfrentando uma Crise de Dívida

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Traduzido por Rafael Pinheiro e Paulo Pessoa, revisado por Diogo Baeder 

Artigo original em inglês: The Bankruptcy Of The Planet Accelerates – 24 Nations Are Currently Facing A Debt Crisis

 

O mundo tem voltado sua atenção para a Grécia nas últimas semanas, mas a verdade é que a Grécia representa apenas uma pequeníssima fração de uma bomba-relógio sem precedentes nas finanças mundiais, que ameaça explodir a qualquer momento. Conforme será mostrado a seguir, há 24 nações que estão enfrentando atualmente uma completa crise da dívida, e há outras 14 que estão caminhando rapidamente para esta situação.

Atualmente a razão Dívida/PIB do planeta como um todo atinge um recorde histórico (286%) e há um total de aproximadamente U$ 200 TRILHÕES em dívidas registradas. Isso totaliza cerca de U$ 28 mil para cada ser humano vivo na Terra. E uma vez que cerca de metade da população mundial vive com menos de U$ 10 por dia, não há motívos para crer que toda esta dívida possa ser paga um dia. A única “solução” possível para nosso atual sistema financeiro é empurrar o problema “com a barriga” pelo máximo período possível até que esta colossal pirâmide da dívida colossal finalmente colapse sobre si própria.

Como temos visto na Grécia, você pode eventualmente acumular enormes dívidas até o ponto em que fique literalmente sem saída. As outras nações europeias tentam viabilizar um terceiro “resgate” para a Grécia, mas é como se a Grécia pagasse uma dívida enorme de um cartão de crédito usando o dinheiro de outro cartão de crédito, pois praticamente toda a Europa está afundada em dívidas.

Mesmo que alguma “solução permanente” possa ser construída para a Grécia, isto resolveria apenas uma pequeníssima fração do problema geral que estamos enfrentando. As nações do mundo nunca estiveram tão endividadas, e a situação tem se agravado dia após dia.

De acordo com relatório recente da Campanha “Jubileu da Dívida”, há atualmente 24 nações no mundo que estão vivendo uma crise da dívida: Armênia, Belize, Costa Rica, Croácia, Chipre, República Dominicana, El Salvador, Gâmbia, Grécia, Granada, Irlanda, Jamaica, Líbano, Macedônia, Ilhas Marshall, Montenegro, Portugal, Espanha, Sri Lanka, São Vicente e Granadinas, Tunísia, Ucrânia, Sudão e Zimbabwe.

E há outras 14 nações que estão caminhando para a mesma situação: Butão, Cabo Verde, Dominica, Etiópia, Gana, Laos, Mauritânia, Mongólia, Moçambique, Samoa, São Tomé e Príncipe, Senegal, Tanzânia e Uganda.

E o que fazer diante dessa situação?

Será que as nações “ricas” deveriam aplicar planos de resgate em todas as outras?

A verdade é que as nações “ricas” são algumas das maiores “perpetradores de dívida” de todas. Consideremos apenas os EUA. A dívida federal dos EUA mais que duplicou desde 2007, e a esta altura ela é tão grande que seu pagamento é matematicamente impossível.

A Europa se encontra em situação parecida. Membros da Eurozona tentam propor um “plano de resgate” para a Grécia, mas a verdade é que a maioria dessas nações precisarão de “planos de resgate” muito em breve…

Todas essas nações baterão à porta pedindo ajuda em algum momento. O fato é que a dívida de tais países em relação ao PIB tem disparado desde 2012, quando a União Europeia quase entrou em colapso.

Na Espanha, a razão Dívida/PIB aumentou de 69% para 98%. Na Itália, aumentou de 116% para 132%. Na França, subiu de 85% para 95%.

Não nos esqueçamos da Bélgica, Irlanda e Portugal, cujas razões Dívida/PIB são, respectivamente: 106%, 109% e 130%.

Uma vez que este “castelo de cartas” começar a cair, as consequências para nosso sistema financeiro global massiva e excessivamente alavancado serão absolutamente catastróficas.

A Espanha tem mais de US$ 1,0 trilhão em dívida… e a Itália tem €2,6 trilhões. Estes títulos têm servido de garantia para derivativos que somam dezenas de trilhões de Euros. O sistema é tão frágil que um perdão integral ou parcial da dívida para algum destes países provocaria uma crise sistêmica na Europa.

A razão de alavancagem dos bancos Europeus como um todo é de 26 para 1. Neste patamar, uma queda de 4% dos ativos anularia TODO o seu capital. E qualquer perdão da dívida Grega, Espanhola, Italiana ou Francesa significaria muito mais que esses 4%.

Na Ásia, a situação não é lá muito diferente.

De acordo com a Agência de Notícias Bloomberg, os níveis de endividamento na China têm aumentado para valores nunca antes atingidos…

Enquanto a expansão econômica chinesa desafia as previsões de analistas no segundo trimestre, os níveis de endividamento daquele país aumentaram ainda mais rápido.

Na China, os empréstimos para empresas e para famílias atingiram um total recorde de 207% do PIB no fim de Junho, ao passo que em 2008 atingiram apenas 125%, de acordo com os dados da Bloomberg.

E vale lembrar: aí não está incluída a dívida pública. Quando somamos todas as formas de endividamento, a razão Dívida Total/PIB Chinesa está se aproximando rapidamente de 300%.

No Japão, as coisas estão ainda piores. A razão Dívida/PIB chega a impressionantes 230%. Este número está tão elevado que é até mesmo difícil crer que seja real. Em algum momento a implosão da dívida atingirá o Japão e então chocará o mundo.

Obviamente a mesma coisa pode ser dita a respeito de todo o planeta. Sim, os governos nacionais e seus respectivos bancos centrais tem tentado varrer o problema para debaixo do tapete o máximo possível, mas todos sabem que isto não acabará bem.

E quando as coisas começarem a desmoronar, o cenário que se anuncia será diferente de tudo que já vimos antes. Basta considerar o que Egon von Greyerz recentemente disse ao portal “King World News”…

Eric, no mundo atual, há mais situações problemáticas do que estáveis. Nenhuma grande nação ocidental poderá reembolsar estas dívidas. O mesmo raciocínio vale para o Japão e para a grande maioria dos mercados emergentes. A Europa é uma experiência fracassada para o Socialismo e despesas com dívidas. A China é uma enorme bolha, em termos de mercado de ações, imobiliário e do chamado sistema bancário das “sombras”. O Japão também é um exemplo insano e os EUA são o país mais endividado do planeta e tem acumulado déficits ao longo de mais de 50 anos.

Portanto, é certo que assistiremos a implosão de U$ 200 trilhões em dívidas e de U$ 1,5 quadrilhão em derivativos. Isso provocará a maior destruição de riquezas mundiais, com títulos mobiliários e propriedades imobiliárias perdendo de 70 a 95% do seu valor. O comércio mundial contrairá dramaticamente e o mundo inteiro enfrentará enormes dificuldades.

Portanto, o que você acha que está chegando, e quão ruim as coisas serão uma vez que esta crise da dívida mundial está totalmente fora de controle?