Auditoria Cidadã da Dívida condena o aumento da taxa Selic para 10,75% e alerta sobre seus impactos devastadores na economia

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A Auditoria Cidadã da Dívida (ACD) expressa profunda indignação com o aumento da taxa Selic para 10,75% ao ano, anunciado ontem, 18 de setembro, após a 265ª reunião da diretoria do Banco Central (Comitê de Política Monetária – Copom). Este novo patamar, que sofreu um acréscimo de 0,25 ponto percentual, aprofunda ainda mais a política de juros altos que está levando a economia brasileira ao colapso, com desindustrialização, empregos precários, atraso socioeconômico, favorecendo apenas o setor financeiro e penalizando a população e o setor produtivo.

O Brasil, que já possui a segunda maior taxa real básica de juros do mundo, perdendo no momento apenas para a Rússia que está em guerra e sofrendo graves boicotes internacionais, continua impondo um custo financeiro absurdamente desproporcional quando comparado a outras economias globais. Nossa taxa é sete vezes maior que a dos Estados Unidos e nove vezes a da Alemanha, enquanto o Japão adota uma taxa real negativa de -1,73% ao ano. Não há qualquer justificativa técnica ou econômica para manter essa taxa tão elevada, especialmente quando a inflação já se encontra dentro da meta e é impulsionada por fatores que não respondem ao aumento de juros, como os preços controlados pelo governo, como combustíveis e energia.

O impacto da alta taxa de juros é brutal: o Banco Central remunera generosamente os bancos pela sobra de caixa (a chamada “Bolsa Banqueiro”), incentivando-os a manter os empréstimos a taxas exorbitantes para a população e empresas. Isso sufoca o investimento produtivo e impede o crescimento econômico.

Cada ponto percentual adicional da Selic representa R$ 52,4 bilhões a mais em pagamento de juros por ano, dinheiro que poderia ser investido em áreas essenciais, como saúde, educação e infraestrutura. Em vez disso, esse montante é drenado para o mercado financeiro, que se beneficia com a autonomia do Banco Central, conquistada recentemente, enquanto a economia real e o setor produtivo sofrem as consequências.

A ACD reafirma a urgência da aprovação do Projeto de Lei Complementar 104/2022, que propõe o fim da “Bolsa Banqueiro” e estabelece limites para a taxa de juros no Brasil. Somente com essa medida será possível frear a especulação financeira, destravar a economia e garantir investimentos produtivos que favoreçam a população e promovam o desenvolvimento nacional.

Campanha pelo Limite dos Juros da ACD