Banco Central barra compra do Banco Master pelo BRB: vitória contra uma falcatrua
O Banco Central rejeitou a operação que permitiria ao Banco de Brasília (BRB), instituição pública, adquirir o Banco Master. A decisão ocorre após intensa pressão política do chamado Centrão e diversas denúncias de irregularidades na transação, levantadas pela Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), pelo Ministério Público do DF e por parlamentares.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, partidos como o PP estariam pressionando a diretoria do Banco Central para aprovar a compra, chegando a utilizar o Projeto de Lei Complementar (PLP 39/2021) como instrumento de ameaça para exonerar membros do BC que resistissem à operação. Além disso, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, articulava apoio do Centrão para viabilizar a transação, conectando-a a seus interesses políticos para 2026.
Maria Lucia Fattorelli, coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, destacou a gravidade da tentativa de compra. “Até que enfim Banco Central proibiu essa falcatrua que iria impactar gravemente o BRB, podendo vir a comprometer inclusive o orçamento público em futuro próximo! E, além disso, revelou muita coisa”.
A crítica vai além do risco financeiro imediato. Como aponta a Auditoria Cidadã, a incorporação do chamado “lado podre” do Banco Master poderia comprometer a saúde financeira do BRB e abrir espaço para que recursos públicos fossem usados futuramente para resgatar prejuízos privados. Nesse sentido, a decisão do Banco Central não apenas preserva um banco público, mas também impede que o orçamento da sociedade seja colocado em risco para sustentar uma operação marcada por interesses políticos e suspeitas de irregularidades.
O episódio também revela quem não merece credibilidade no debate público. Setores que atacaram a Auditoria Cidadã da Dívida foram justamente os que mais defenderam a transação entre BRB e Master. A rejeição, portanto, expõe que as críticas à ACD partem, muitas vezes, de grupos que se beneficiariam de operações lesivas ao interesse público.
O caso reforça a necessidade de auditoria permanente sobre transações que envolvem bancos públicos e recursos da sociedade. A tentativa frustrada de compra do Master pelo BRB mostra, mais uma vez, que somente com transparência e fiscalização ativa é possível evitar que falcatruas sejam empurradas para as contas públicas.
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