BANCO CENTRAL DIZ QUE JURO DEVE SE MANTER ALTO POR CAUSA DA EXPECTATIVA DOS RENTISTAS EM RELAÇÃO À INFLAÇÃO

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Decisão foi por unanimidade, com a participação dos 4 diretores indicados pelo Presidente Lula

Hoje foi divulgada a Ata da última reunião da diretoria do Banco Central (Comitê de Política Monetária – COPOM) em reunião ocorrida dias 18 e 19 de junho, que decidiu manter a taxa básica de juros Selic em 10,5% aa, interrompendo a queda que vinha ocorrendo a conta-gotas. Desta forma, o Brasil se mantém com taxa real de juros (Taxa Selic menos a inflação ocorrida nos últimos 12 meses) de 6,32% ao ano, o equivalente ao triplo da taxa nos Estados Unidos (2,13%) e mais que o triplo da taxa na Zona do Euro (1,61%), enquanto o Japão continua com juros reais negativos (-2,63%). (Fonte)

A Ata (disponível aqui ) cita como justificativa as “expectativas desancoradas” e até mesmo uma suposta atividade econômica aquecida, mesmo que as previsões dos próprios rentistas para o crescimento do PIB deste ano seja apenas de 2%: “O Comitê, unanimemente, optou por interromper o ciclo de queda de juros, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela.”

Na realidade, conforme já mostrado em posts recentes, a alta taxa de juros não combate a inflação brasileira, causada principalmente por preços definidos pelo próprio governo (combustíveis, energia, remédios, planos de saúde, dentre outros) e preços de alimentos, por fatores climáticos e pela priorização da agricultura de exportação. A alta taxa de juros, na realidade, gera mais inflação, pois aumenta o custo das empresas e reduz os investimentos, diminuindo assim a capacidade instalada da economia e a oferta de produtos e serviços.

Portanto, as Atas da diretoria do Banco Central reunida no COPOM mostram de forma clara a ilegitimidade de grande parte da dívida pública interna brasileira, que tem como um de seus principais fatores a altíssima taxa de juros, fazendo com que o endividamento não sirva para financiar investimentos sociais, mas somente para o pagamento dos juros e amortizações da própria dívida.

#auditoriaja