CAMPOS NETO PEDE MAIS CORTES DE INVESTIMENTOS SOCIAIS E O GOVERNO ACEITA
Hoje mais uma vez a grande imprensa deu voz ao atual Presidente do Banco Central (BC) Roberto Campos Neto, que pede mais um “choque fiscal” sob a justificativa de que isso seria necessário para que os juros possam cair. Infelizmente o governo federal segue essa ideia, prometendo um grande pacote de cortes de investimentos sociais após a eleição, inclusive com a possibilidade de uma Proposta de Emenda à Constituição para rebaixar os pisos da saúde e educação. A ideia de Campos Neto e do governo é que a dívida pública estaria crescendo devido a um suposto excesso de investimentos sociais, e que se teria que cortar este “excesso” para que os rentistas aceitem que o governo reduza os juros.
Essa ideia mostra que, infelizmente, na prática são os rentistas que têm definido a altíssima taxa básica de juros brasileira (que fazem explodir as despesas com juros da dívida pública), quando na verdade tal taxa deveria ser definida pelo governo eleito pelo povo. Atualmente, apesar da chamada “autonomia” do BC, na qual a taxa é definida por um grupo de 9 pessoas (o Presidente do BC e mais 8 diretores) que podem ter sido indicados pelo presidente anterior, na realidade o atual governo (Lula) já possui maioria, tendo indicado 5 pessoas, incluindo um diretor indicado por Dilma (e reconduzido por Bolsonaro). Ou seja, o atual governo já poderia ter reduzido as taxas, se os diretores indicados por Lula e Dilma fizessem valer a sua maioria de votos.
Na realidade, a dívida não tem crescido devido a um suposto excesso de investimentos sociais, mas sim, devido aos próprios juros da dívida. No Brasil, o endividamento público não tem financiado, mas sim, RETIRADO recursos das áreas sociais (conforme análise feita pela Auditoria Cidadã da Dívida aqui)
#auditoriaja