Cientistas alegam que corte no orçamento ameaça sobrevivência de Universidades Federais

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A SBPC e a ABC divulgaram  uma nota conjunta criticando a decisão do Governo Federal de liberar apenas um terço do orçamento das universidades federais — e isso apenas no final do ano. Na prática, essa medida significa que essas instituições terão de operar praticamente sem recursos durante a maior parte do ano, inviabilizando seu funcionamento cotidiano, desde o pagamento de contas básicas até a manutenção de atividades acadêmicas, científicas e administrativas.

Segundo a nota, essa decisão compromete severamente o funcionamento básico dessas instituições. “A decisão de liberar apenas no final do ano um terço dos recursos previstos inviabiliza o funcionamento básico dessas instituições”, afirmam.

O documento alerta para riscos concretos de paralisação tanto de atividades acadêmicas quanto administrativas. As consequências, destacam as entidades, podem afetar diretamente o desenvolvimento nacional. “Mais de 90% da pesquisa científica brasileira é resultado das pesquisas realizadas nas universidades públicas do país”, pontuam.

Os líderes das entidades chamam atenção para a função estratégica das universidades públicas no combate às desigualdades e na promoção da inclusão. “Essa política não atinge apenas a ciência – destrói um dos principais mecanismos de ascensão social no Brasil”, dizem os presidentes Helena Bonciani Nader (ABC) e Renato Janine Ribeiro (SBPC).

A nota destaca ainda que as universidades públicas são a principal porta de entrada para jovens de baixa renda, negros e moradores de periferias que buscam uma formação de qualidade. “As universidades públicas são a porta de entrada para milhares de estudantes pobres, negros e periféricos que dependem delas para romper o ciclo da desigualdade”, ressaltam.

Via @hora_do_povo