CSP-Conlutas: MST divulga carta que reafirma urgência da reforma agrária

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O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) divulgou, nesta segunda-feira (21), uma carta pública em defesa da Reforma Agrária e da Soberania Nacional. O documento reafirma o compromisso com a luta por uma Reforma Agrária Popular e denuncia a estagnação de políticas estruturantes no governo Lula, como o acesso à terra, ao crédito, à moradia, à educação do campo e ao fortalecimento da agricultura familiar camponesa.

A publicação ocorre durante a Semana Camponesa, realizada pelo MST nas cinco regiões do país, em alusão ao Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural, celebrado em 25 de julho.

Diante das crescentes ameaças à soberania nacional, ao meio ambiente e aos direitos do povo camponês, o MST também destaca o repúdio aos retrocessos impostos pelo Congresso Nacional, como o chamado “PL da devastação” e outras propostas que criminalizam os Movimentos Populares.

Para Waldemir Soares Jr, integrante do Setorial do Campo da CSP-Conlutas e advogado junto aos movimentos do campo, o governo Lula está longe de cumprir o que promete em relação à Reforma Agrária.

“Não bastasse a redução e cortes dos investimentos em políticas sociais para garantir o pagamento de especuladores, através das regras do arcabouço fiscal, o governo está substituindo as desapropriações por um projeto de crédito fundiário que transfere a responsabilidade para os próprios trabalhadores. Está regularizando grileiros e compradores de terras públicas para inflar artificialmente os dados do INCRA. No campo da soberania alimentar, a situação também é crítica: o desmonte dos estoques reguladores, feito por Temer e aprofundado por Bolsonaro, continua sem reversão até o momento. Sem estoques, o país abre mão de qualquer controle sobre exportações e preços internos dos alimentos”, explicou Soares.

“O que vemos é um teatro de aparências, o que tem desapontado e desagradado os movimentos que atuam na luta pela terra, em defesa dos camponeses e trabalhadores, levando à críticas, inclusive, de movimentos mais alinhados ao governo”, avaliou.

Via @cspcoluntas