DECRETO PRESIDENCIAL LEVANTA A BOLA PARA BC SUBIR JUROS
Inflação de alimentos não decorre de uma suposta demanda aquecida
Hoje o IBGE divulgou os dados da inflação de julho/2025, de 0,26%, resultando em 3,26% acumulados em 2025, ou seja, ainda dentro da meta de inflação para o ano, de 4,5%. Porém, com o Decreto Presidencial 12.079 de 2024, agora a meta é apurada todo mês, sendo descumprida quando o acumulado em 12 meses ultrapassa a meta por 6 meses consecutivos, o que ocorreu em junho. Desta forma, o Decreto Presidencial abre margem para o Banco Central ficar alegando – de forma muito mais frequente e incisiva – que a meta teria sido descumprida, alegando também que seria por causa de uma suposta demanda aquecida, como desculpa para a manutenção de altas taxas de juros.
Porém, a verdadeira causa da inflação no Brasil em julho foi o aumento da energia elétrica, um preço determinado pelo próprio governo, que nada tem a ver com uma suposta demanda aquecida. Por outro lado, os alimentos tiveram deflação, como ocorre geralmente nos meses de julho, por fatores sazonais, sendo que produtos exportados para os Estados Unidos tiveram quedas bem maiores que no mesmo mês de anos anteriores, em decorrência das barreiras às exportações, devido ao “tarifaço” de Trump: a laranja-pera (que caiu 6,36%), café (-1,01%), e pescados (-1,29%). As carnes em geral também tiveram deflação em julho. Isso mostra que a inflação de alimentos dos últimos anos no Brasil tem sido causada pela priorização das exportações, e não devido a uma suposta demanda aquecida.
Obviamente que a intenção de Trump não é reduzir os preços no Brasil (mas sim, tentar chantagear o país para transferirmos para os Estados Unidos nossas fábricas e terras raras). Porém, tais quedas de preços destes produtos exportados para os EUA desmontam mais uma vez as desculpas do Banco Central para aumentar juros, que infelizmente têm sido favorecidas pelo Decreto do Presidente Lula, de junho de 2024.
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