Extra Classe: “Outra crise fabricada aqui e lá fora”

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“O setor bancário internacional apresentou graves focos de crise neste mês de março de 2023. O Brasil também enfrenta recessão econômica, mas aqui a origem da crise é outra: o Banco Central, mais uma vez, é o maior responsável.

O banco Credit Suisse, que já vinha enfrentando crise de credibilidade há tempos, com várias notícias mencionando expressamente o seu risco de quebra, só não quebrou de fato porque recebeu “ajuda de US$ 54 bilhões” do Banco Central da Suíça e, em seguida, foi comprado pelo banco suíço UBS, em meio a confissões de “fragilidades materiais” nos balanços dos dois últimos anos, por US$ 3,23 bilhões.

É importante recordar que uma porta-voz desse banco, que já não adotava práticas corretas em sua própria contabilidade e atuação, desde 2021 vinha dando um verdadeiro ultimato ao Brasil, exigindo pressa na aprovação de contrarreformas e ameaçando com alta de juros e do dólar, conforme abordamos em artigo “Estamos sob a ditadura do capital”. Agora ficou mais uma vez comprovado que o discurso do capital é bem diferente de suas práticas.

Nos Estados Unidos, dois grandes bancos faliram e outro precisou ser salvo, em todos os casos por falta de lastro financeiro para seus depositantes, em decorrência de um afrouxamento ainda maior na regulamentação bancária por parte do Banco Central norte-americano (Federal Reserve Bank – FED).

Devido a esse afrouxamento de regras na utilização de recursos de clientes desde março de 2020, sob a justificativa da pandemia, as instituições financeiras passaram a poder gastar tudo o que recebiam em depósitos de correntistas, conforme reportagem do Poder360 que detalha o que aconteceu com o Silicon Valley Bank (SVB), considerado o 16º maior banco estadunidense, que se dedicava principalmente a financiar novos negócios (startups).

Outro banco norte-americano falido foi o Signature Bank, que teve parte de seus ativos assumidos pelo Bancorp – parcialmente, porque a parte das criptomoedas ficou fora da negociação, e provavelmente vai virar pó.

A crise se manifestou ainda no First Republic Bank, que só não foi à falência porque 11 grandes bancos se reuniram para salvá-lo, prática considerada incomum, mas que foi adotada sob a justificativa de risco de contágio.

O traço comum dessa quebradeira lá fora é o relaxamento de regras de segurança para o funcionamento do sistema financeiro, permitindo elevada alavancagem, que aumenta o risco devido à falta de lastro, como as notícias estão evidenciando.”