Idosos protestam contra perda de direitos e declínio acentuado no valor das aposentadorias na Argentina

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Presidente Milei quer fechar mais um acordo com o FMI

Os idosos na Argentina estão enfrentando uma crise sem precedentes. Em consequência das políticas ultraliberais do governo de Javier Milei, os preços de medicamentos e serviços essenciais dobraram, afetando diretamente a qualidade de vida desses cidadãos. Além disso, o valor das aposentadorias diminuiu significativamente, deixando muitos idosos em uma situação de vulnerabilidade extrema.

O governo argentino tem priorizado o pagamento da dívida pública para agradar ao FMI, que exige cortes de investimentos sociais como condição para a concessão de mais um empréstimo. Para que? Para pagar dívidas anteriores ilegítimas (ver artigo de Maria Lucia Fattorelli)

A situação é tão grave que muitos idosos estão passando fome. A falta de acesso a alimentos básicos e a medicação necessária está colocando em risco a saúde e a vida desses cidadãos. É inaceitável que em um país como a Argentina, com uma rica história e cultura, os idosos sejam abandonados à própria sorte.

O governo de Milei argumenta que suas políticas econômicas estão dando resultados, com a inflação caindo de 211,4% em 2023 para 117,8% em 2024. No entanto, essa redução da inflação se deve principalmente à recessão econômica e aos cortes de recursos em áreas sociais, incluindo demissões em massa. Isso resultou na perda de 200 mil empregos, na paralisação de obras públicas e no aumento das taxas de pobreza e pobreza extrema na Argentina.

A situação se tornou ainda mais crítica com a violência contra os idosos. Durante uma manifestação recente, um jornalista foi baleado na cabeça, e vários outros manifestantes foram feridos. Esses atos de violência são inaceitáveis e demonstram a necessidade de uma abordagem mais humana e compassiva para resolver a crise econômica e social na Argentina.

É hora de repensar as políticas econômicas e sociais na Argentina e priorizar a proteção dos direitos dos idosos. Isso inclui garantir a segurança, a saúde e o bem-estar desses cidadãos, bem como promover a conscientização sobre a importância do cuidado e respeito aos idosos. A sociedade como um todo precisa se mobilizar para defender os direitos dos idosos e garantir que eles possam viver com dignidade e respeito.

O governo de Javier Milei na Argentina alcançou um superávit fiscal em 2024, devido a uma série de cortes drásticos em gastos públicos. Essas medidas incluíram a redução de despesas em áreas sociais, como aposentadorias e pensões, obras públicas, transferências para províncias e subsídios econômicos.

Além disso, o governo também promoveu demissões em massa, eliminando mais de 34 mil cargos públicos, o que contribuiu para o ajuste fiscal, mas também aumentou o desemprego. Milei também declarou que até o final de março pretende encerrar um total de 70 mil contratos. Essas ações foram parte de uma agenda de reformas econômicas neoliberais, que visam financeirizar a economia argentina e atrair rentistas estrangeiros.

No entanto, essas medidas também tiveram um impacto social significativo, com aumento da pobreza e da desigualdade. A retirada de subsídios resultou em aumentos expressivos nos custos de vida, especialmente para as classes mais vulneráveis.

Políticas neoliberais e de austeridade têm sido implementadas em vários países, incluindo o Brasil, e têm gerado crises econômicas e sociais significativas. Essas políticas geralmente incluem a priorização ao pagamento da chamada “dívida pública”, com a redução de gastos públicos, a privatização de empresas estatais, a flexibilização das leis trabalhistas e a abertura da economia ao mercado internacional. Embora essas medidas possam gerar benefícios econômicos ao topo da pirâmide, elas também têm consequências negativas a longo prazo, como:

– Aumento da desigualdade econômica e social

– Redução da proteção social e dos direitos trabalhistas

– Aumento do desemprego e da precarização do trabalho

– Redução da capacidade do Estado de investir em áreas estratégicas, como educação, saúde e infraestrutura

No Brasil, as políticas neoliberais e de austeridade implementadas nos últimos anos têm gerado uma crise econômica e social profunda, com explosão da informalidade, aumento da pobreza e da desigualdade, e redução da proteção social e dos direitos trabalhistas.

É importante que os governos e as sociedades civis repensem essas políticas e busquem alternativas que priorizem o desenvolvimento sustentável, a justiça social e a proteção dos direitos humanos.

Com informações da Mídia Ninja e Revista Fórum