Independente de Quem? – Hermes Zaneti

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Hermes Zaneti

Comemora-se, hoje, o dia da independência do Brasil. O rompimento da dependência política do Brasil em relação a Portugal constituiu um novo país soberano. O exercício desta soberania ao longo do tempo, no entanto, foi mudando e aumentando a interdependência entre as diferentes nações e criando novas formas de dependência. As fronteiras políticas dos países foram desaparecendo, substituídas pela imposição de interesses financeiros e econômicos que passaram a formatar a geopolítica. O controle sofisticado de interesses financeiros volatilizados pela tecnologia da informação, transformou o sistema econômico, de produtor de riqueza real, para mecanismo a seu serviço. Desta forma, a política passou a ser submetida aos dois sistemas:financeiro e econômico, ou seja, a política não mais comanda os rumos dos interesses coletivos.

Como constituinte/88, propus a suspensão da Assembleia para a realização da auditoria da Dívida Externa, justificada pela dependência de nossa dívida. Conseguimos não a suspensão, mas a inserção do Art.26 do ADCT que determina a auditoria, não realizada pela imposição de interesses financeiros.Hoje, quase 50% do orçamento federal é gasto com os serviços da dívida.

É OU NÃO DEPENDÊNCIA?

QUAL A SAIDA?

A auditoria da dívida pública da União e dos Estados se impõe como pré-requisito para que a independência seja sinônimo de autonomia e soberania para criar uma sociedade de bem estar social

Essa é a tarefa do povo, do cidadão que é quem paga a conta.

A independência atual deve ser proclamada do sistema de dominação financeiro/econômico. A democracia é o regime que possibilita a organização popular essencial à construção da liberdade formal, direito de ir e vir, reunião, expressão, e liberdade substancial, direito de ter qualidade de vida.