Indígenas e Ambientalistas criticam Lula por defender
Em nota, divulgada nesta quarta-feira (5), organizações indígenas, quilombolas e ambientais criticaram as recentes declarações do presidente Lula em defesa da exploração de petróleo na Margem Equatorial, região que inclui a Foz do Amazonas.
Em entrevista a rádios de Minas Gerais nessa semana, Lula afirmou que “o petróleo ainda vai existir por muito tempo” e que sua exploração seria necessária para financiar a transição energética do país, o que é contraposto por ambientalistas e organizações indígenas e quilombolas. As organizações denunciam a contradição entre os compromissos climáticos anunciados pelo governo em discursos e suas medidas concretas.
A fala Lula ocorre dias após encontro com os novos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em que o presidente se comprometeu a “destravar” o licenciamento o quanto antes, o que poderia ocorrer em 30 dias, segundo informou o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
A decisão ignora os alertas técnicos e significa, na prática, atropelar o rito legal do Ibama, que tem a responsabilidade de analisar os impactos ambientais da exploração e tem negado à Petrobras a autorização da obra desde 2014. O projeto da Petrobras para a Margem Equatorial, compreende uma extensão de 2.200 km ao longo da costa brasileira. Ele vai do extremo norte do Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa, ao litoral do Rio Grande do Norte, e prevê a perfuração de 16 poços exploratórios de petróleo.
Ambientalistas e especialistas alertam que a atividade, numa das regiões ambientais mais ricas e sensíveis, representa um grande risco para os ecossistemas marinhos, comunidades tradicionais e povos indígenas. Além disso, há preocupações com a falta de infraestrutura para conter possíveis vazamentos de óleo na região.