LULA FALA CONTRA CAMPOS NETO MAS SEUS INDICADOS NO BC VOTAM JUNTO COM ELE

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Hoje, a imprensa repercutiu entrevista do presidente Lula (vídeo abaixo), na qual criticou a atual taxa básica de juros (Selic) e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e defendeu que o BC tenha um presidente que “olhe um pouco esse país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”. Ele acrescentou também que “eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato”.

A taxa de juros não é definida apenas por Campos Neto, mas por toda a diretoria do Banco Central, composta pelos 8 diretores e o seu presidente Campos Neto, nas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM). O voto desses 9 membros tem igual peso, dentre os quais, os 4 diretores indicados por Lula, que teriam a obrigação de mostrar, nas reuniões do Comitê, exatamente o que Lula disse na entrevista, ou seja, denunciar que Campos Neto considera em suas decisões sobre juros as expectativas infundadas do mercado financeiro sobre a inflação; denunciar tais mentiras e constranger Campos Neto, apresentando dados e estatísticas sérias e confiáveis, pois já está mais que provado a inflação brasileira não tem nada a ver com uma suposta demanda aquecida (que teria de ser combatida com elevada taxa de juros).
Ainda que os 4 indicados por Lula não tenham a maioria dos votos, seria fundamental que atuassem, nas reuniões que definem a taxa básica de juros, para deslegitimar tecnicamente o posicionamento de Campos Neto, porém, o que se viu na Ata da reunião do COPOM de 18 e 19 de junho (https://www.bcb.gov.br/publicacoes/atascopom ): a decisão pela manutenção da altíssima Taxa Selic em 10,5% a.a. foi unânime e contou com os votos dos 4 diretores do BC indicados por Lula, que dessa forma legitimaram o posicionamento de Campos Neto.

A falta de apoio do governo ao projeto de lei que visa limitar juros no Brasil (PLP 104/2022) e de enfrentamento ao Sistema da Dívida por meio de uma auditoria integral da dívida favorece essa atuação desastrosa do Banco Central. A auditoria será capaz de desmascarar os mecanismos operados pelo Banco Central (como a Bolsa-Banqueiro) e identificar os nomes dos grandes beneficiários dessa chamada dívida, por exemplo.

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