Petroleiros entram em greve por melhores condições e contra modelo atual da Petrobrás
Petroleiros da Petrobrás iniciaram nesta segunda-feira (15/12) uma greve por tempo indeterminado, após a rejeição da contraproposta da Petrobras ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A paralisação foi aprovada em assembleias e é coordenada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Federação Nacional dos Petroleiros, tendo como eixo central a defesa de direitos, a previdência dos trabalhadores e melhores condições de trabalho.
Segundo Márcio André, coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindpetro-LP), a greve ocorre após meses de negociação sem avanços. “Já tem quase quatro meses que estamos negociando com a Petrobras para poder avançar no nosso acordo coletivo”, afirmou. Ele destacou que a categoria busca “recuperar direitos que foram perdidos na época do governo Bolsonaro” e avançar em novas pautas.
Entre as principais reivindicações estão: o fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, que promove descontos extras na remuneração; aprimoramentos no plano de cargos e salários e garantias contra mecanismos de ajuste fiscal; defesa de um modelo de negócios alinhado ao fortalecimento da estatal, barrando o avanço de parcerias e terceirizações que, na avaliação dos sindicatos, precarizam o trabalho e abrem caminho para privatizações.
Márcio lembrou que, apenas no último período, “a gente já teve seis mortes no sistema Petrobras”, ressaltando que há medidas prontas para melhorar o cenário, mas que, para isso, a Petrobrás terá que fazer investimentos.
O coordenador também criticou a política de distribuição de lucros. “A Petrobras aumentou produção por meio de nós, trabalhadores, conseguiu manter os seus resultados financeiros e está repassando sempre um terço dos seus lucros pros acionistas”, disse.
A Campanha Nacional por Direitos Sociais manifesta apoio à greve dos petroleiros, reconhecendo a legitimidade da luta em defesa de direitos, da previdência e da vida dos trabalhadores.
