Privatização da SABESP em São Paulo já cheira mal

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A privatização da Sabesp, uma das maiores empresas públicas do Brasil e a maior do estado de São Paulo, está gerando uma série de controvérsias e preocupações. A Campanha Nacional por Direitos Sociais se posiciona fortemente contra essa privatização, argumentando que é mais uma estratégia neoliberal para transferir patrimônio público para a iniciativa privada, sem considerar os interesses da população.

De acordo com o jornal Brasil de Fato, o governo de Tarcísio de Freitas está vendendo ações da Sabesp a um valor 44% abaixo do que seria considerado justo . Essa subvalorização levanta questões sobre a real motivação por trás da privatização e quem realmente se beneficiará desse processo. Além disso, há um claro conflito de interesses, já que o chefe da Sabesp, que deixou seu cargo na Equatorial apenas sete meses antes, agora vê sua antiga empresa como a única interessada na privatização .

A Equatorial, futura dona da Sabesp, tem um histórico preocupante. Reportagens destacam que a empresa é conhecida por tarifas recordes e uma alta quantidade de queixas . O plano da Equatorial para a Sabesp inclui cortar gastos com funcionários e aumentar a distribuição de lucros aos acionistas , o que normalmente resulta em demissões e precarização dos serviços prestados.

Guilherme Boulos, do PSOL, comparou a Equatorial à Enel, a concessionária de energia elétrica de São Paulo, conhecida por episódios de apagão que deixaram a cidade sem energia por dias. A promessa da privatização de melhorar os serviços e reduzir tarifas raramente se concretiza; ao invés disso, frequentemente se observa o contrário: serviços precarizados, sucateamento das infraestruturas e aumento de tarifas. Essas consequências afetam diretamente a população, especialmente os mais vulneráveis, que dependem desses serviços básicos para viver.

A Sabesp não é apenas uma empresa; é um pilar essencial na vida de milhões de paulistas, fornecendo um recurso vital: a água. A privatização, se não for bem conduzida e regulada, pode transformar esse recurso essencial em uma mercadoria inacessível para muitos, agravando ainda mais as desigualdades sociais.

Referências:
1. Privatização da Sabesp: governo Tarcísio vende ações 44% abaixo do valor real da empresa
2. Chefe da Sabesp deixou cargo há 7 meses na Equatorial, única interessada na privatização
3. Tarifa recorde, queixas e Daniel Dantas: conheça a Equatorial, futura dona da Sabesp
4. Plano da Equatorial para a Sabesp fala em cortar funcionários e distribuir mais lucro a acionistas