Professores do Pará anunciam greve em defesa da educação

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Professores do ensino estadual do Pará anunciaram que entrarão em greve na próxima quinta-feira (23). A categoria realizou uma passeata nas ruas de Belém (PA) e terminou ocupando o Congresso Internacional de Direitos Humanos, que acontece na região turística da cidade, na Estação das Docas.

Os professores se somam à ocupação de lideranças indígenas no prédio da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) contra alterações no sistema de ensino, que acontece desde a última terça-feira (14).

A greve é uma resposta à falta de diálogo com o governo de Hélder Barbalho (MDB), que, no final de 2024, aprovou uma lei substituindo as aulas presenciais pelo ensino online em áreas distantes de centros urbanos. Segundo as organizações populares, isso deve prejudicar as comunidades tradicionais do campo, quilombolas e indígenas, que historicamente sofrem com o fornecimento irregular ou a ausência de energia e internet.

Atualmente, as aulas são fornecidas por meio dos sistemas Modular de Ensino (Some) e Modular de Ensino Indígena (Somei). Há 44 anos, professores se deslocam até as comunidades para dar aula, locais que o governo estadual afirma não ser possível construir escolas com infraestrutura adequada.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp), quem vai pagar pelo prejuízo da retirada dos docentes das terras indígenas e ribeirinhas são as comunidades.

“Nosso estado tem mais de 55 etnias e uma população indígena de mais de 60.000 pessoas. Não podemos aceitar que o estado da COP30 tire o direito destas comunidades à formação integral. Queremos ser ouvidos pelo governador do Pará”, declarou Conceição Holanda, coordenadora geral do Sintepp.