Reunião do Conselho Político da ACD consolida mobilização contra Reforma Administrativa
A reunião do Conselho Político da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), realizada nesta quinta-feira (11), consolidou um movimento nacional de mobilização contra a Reforma Administrativa (PEC 38/2025). O encontro virtual reuniu dezenas de entidades e núcleos regionais que aprovaram, por unanimidade, a produção de um novo folheto nacional sobre os impactos da proposta. A ideia é lançar um material didático, com linguagem acessível, que mostre que o rombo das contas públicas está no Sistema da Dívida e não no desmonte do Estado que a PEC pretende fazer; a influência de organismos internacionais como Banco Mundial e BID no relatório elaborado pelo grupo de trabalho da Câmara, e os prejuízos diretos para a população, servidores públicos, economia e soberania do país. As organizações defenderam que o folheto traga logos das entidades apoiadoras e que haja definição coletiva sobre contribuições financeiras para retribuir e apoiar a ACD, além de viabilizar impressões e distribuição em larga escala.
Durante a reunião, intervenções reforçaram a urgência da iniciativa. Representantes destacaram riscos como o fim de concursos públicos, precarização dos regimes próprios de previdência, ameaças aos pisos de saúde e educação e dispositivos do PL 6170/2025, que alteram carreiras e podem agravar desigualdades. Também houve alerta sobre privatização de dados, avanço de big techs e o peso do ajuste fiscal no cotidiano das instituições públicas. Para fortalecer a campanha, foram sugeridas parcerias com centrais sindicais, criação de vaquinha virtual e envio de ofícios às entidades, além de adequação da linguagem do folheto para alcançar públicos diversos.
A reunião ainda abordou outros temas da conjuntura, como a manutenção da taxa Selic em patamar considerado abusivo, os impactos dos escândalos do Banco Master e as consequências da derrubada de vetos na área socioambiental logo após a COP 30. A ACD apresentou também a compilação de propostas colhidas durante as celebrações dos 25 anos da entidade, documento que será objeto de planejamento estratégico no início de 2026, juntamente com as propostas da Campanha Nacional por Direitos Sociais. Houve ainda atualizações sobre a tramitação do PLP 104/2022, propostas de articulação com fóruns temáticos e sugestões para fortalecer a Auditoria Social. O encontro encerrou com o compromisso de sistematizar as contribuições e avançar na construção coletiva do folheto e das próximas mobilizações nacionais.

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