Rombo está nos juros abusivos mantidos pelo Banco Central e não nos serviços públicos

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Rombo está nos juros abusivos mantidos pelo Banco Central e não nos serviços públicos

Chega a 16 o número de parlamentares que retiraram as assinaturas em apoio à PEC 38/2025, da Reforma Administrativa

Nesta quarta-feira, 5/11, a diretoria do Banco Central, reunida no Comitê de Política Monetária (COPOM, composto em sua maioria por pessoas indicadas pelo atual governo)  manteve a taxa básica de juros SELIC em 15% ao ano, mantendo o Brasil com a maior taxa de juros reais básicos do mundo, de 9,35 % ao ano (acima da inflação), à frente até mesmo de países em guerra como a Rússia, enquanto tal taxa é de 0,97% nos Estados Unidos, 0,05% na Zona do Euro, e de -2,33 (negativos) no Japão (fonte: https://clubedospoupadores.com/ranking-juros-reais ). Essa política monetária brasileira desestimula os investimentos produtivos e aumenta o gasto público com juros para os rentistas super ricos.

A cada 1% a mais na SELIC o país gasta R$ 60,3 bilhões a mais de juros da dívida por ano, sendo que somente nas últimas reuniões do COPOM, desde setembro de 2024 (há pouco mais de um ano), a taxa já aumentou em 4,5%, gerando um custo adicional de R$ 271 bilhões por ano com juros. Isso representa simplesmente 62% de toda a folha de pagamento do governo federal em todo o ano de 2025, incluindo todos os ativos, aposentados e pensionistas de todas as carreiras e poderes. Portanto, se o discurso é economizar gastos, a primeira medida deveria ser uma auditoria nessa dívida pública, com participação social, o que inclui auditar os mecanismos de política monetária do Banco Central.

A sociedade já está cada vez mais consciente de que é mentiroso o discurso de que o rombo das contas públicas estaria no funcionalismo. Também nessa quarta-feira, 5/11, mais 3 parlamentares retiraram as suas assinaturas em apoio à Proposta de Emenda à Constituição da chamada Reforma Administrativa, totalizando 16 retiradas. A grande Marcha do dia 29/10 mostrou sua força, mostrando para a sociedade que não se trata de reforma, mas de demolição dos serviços públicos que atendem toda a sociedade.  Por isso é preciso manter a mobilização.

#ReformaAdministrativaNão