Selic sobe para 11,25%: é o Banco Central sabotando o Brasil
A recente decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic para 11,25% ao ano mantém o Brasil entre os países com as maiores taxas de juros reais do mundo. Mesmo em um cenário global em que as nações buscam recuperar suas economias com políticas de incentivo e juros mais baixos, o Brasil adota uma direção oposta, garantindo altíssimos retornos para rentistas e penalizando a economia produtiva e a população em geral.
Há vários anos a Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), tem questionado a política monetária adotada pelo Banco Central, que adota juros altos demais e retira elevado volume de moeda de circulação, o que representa um verdadeiro suicídio econômico, conforme artigo de 2016.
Ao invés de estimular o investimento produtivo, que é fundamental para o crescimento, geração de empregos e inovação, os altos juros paralisam a economia e canalizam recursos para o mercado financeiro e para o rentismo. Com o aumento da Selic, investidores preferem aplicar em títulos da dívida pública, que garantem uma rentabilidade atraente, ao invés de investir na produção ou na criação de novos negócios.
A situação é agravada pelo fato de que o Brasil é um dos poucos países que indexam quase todos os títulos emitidos pelo Estado. Isso significa que, à medida que os juros aumentam, o custo da dívida pública também cresce, direcionando ainda mais recursos do orçamento público para o pagamento de juros. Em um cenário assim, o Estado tem menos condições de investir em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura, pois grande parte de seu orçamento está comprometida com o serviço da dívida.
Além disso, o custo do crédito para a população e para as empresas se torna proibitivo, dificultando o acesso a financiamentos e encarecendo as compras parceladas. Esse é um fator decisivo para desestimular o consumo e os investimentos internos, reduzindo a competitividade da indústria nacional e o poder de compra da população.
Enquanto o país mergulha em juros altos, vemos uma hegemonia financeira consolidada, que age para proteger seus interesses e ampliar seus lucros. A justificativa do Banco Central de que os juros precisam ser elevados para controlar a inflação não se sustenta (Leia artigo produzido por Maria Lucia Fattorelli e Rodrigo Ávila a respeito).
A Auditoria Cidadã da Dívida reforça a urgência de uma revisão desta política monetária. A continuidade desse modelo prejudica não apenas o crescimento econômico, mas também a autonomia e o bem-estar da população, comprometendo o futuro do país em prol de um rentismo insustentável. Conheça e participe da Campanha Pelo Limite dos Juros.