Seminário destaca a importância do engajamento social para a efetivação das mudanças

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O despertar para a cooperação por meio da troca de saberes foi o fio condutor do Seminário “Sementes de um novo Brasil: clareando caminhos”, realizado esta semana na Universidade de Brasília. Fruto de uma parceria entre entidades da sociedade civil e Universidade de Brasília, o evento contou com três palestras que abordaram assuntos ambientais, políticos e econômicos reforçando a importância da mobilização social como catalisador de mudanças estruturais.

A professora e coordenadora do Centro de Referência em Educação Ambiental (CREIA), Yara Magalhães, reforçou a importância da educação como pilar para a construção de uma sociedade mais solidária e consciente.

O chamado para o conhecimento a respeito dos acontecimentos políticos e econômicos foi enfatizado pela coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli. Ela explicou como a dívida pública subtrai recursos públicos para o setor financeiro privado, por meio de uma engrenagem chamada Sistema da Dívida. “Precisamos remover essa pedra no caminho do nosso rico país chamado Brasil. A Auditoria está prevista na Constituição, e hoje, 5 de outubro, faz 28 anos de descumprimento da lei”, ressaltou referindo-se ao art. 26 do ADCT da Constituição Federal de 1988.

Fattorelli revelou ainda as armadilhas por trás da PEC 241 e do PLS 204/2016, que cortam investimentos e acentuam o endividamento público.
“Fomos aceitando a configuração de um lugar no mundo que chamamos Brasil”, com essa fala, o ativista e ambientalista Ailton Krenak iniciou sua fala no Seminário. Ele fez um paralelo entre a usurpação das riquezas naturais e a fabricação de uma crise para, também, extrair todos os direitos conquistados ao longo dos anos. Ressaltou ainda a importância de dialogar conhecimento tecnológico com a sabedoria dos povos indígenas, como forma de equilibrar as forças. “Para um povo que chama a natureza de mãe, é muito triste acompanhar o que está acontecendo com nossa mãe”, lamentou.

A professora e pesquisadora da Universidade de Brasília, Vivian dos Santos, falou sobre os impactos do desastre de Mariana para a bacia do Rio Doce, as comunidades ribeirinhas e todo ecossistema.

Juntamente com o Grupo Independente para Avaliação do Impacto Ambiental (GIAIA), ela constatou que os dejetos despejados no Rio Doce contaminaram as águas com altas concentrações de alumínio, manganês e ferro. Esses elementos também foram encontrados em poços artesianos utilizados pelos moradores da região.

“Esse rio é uma bomba relógio do ponto de vista toxicológico. Precisamos de estudos e monitoramento constantes”, enfatizou.
Ela destacou também a importância da ajuda e engajamento da população ribeirinha no auxilio aos trabalhos do grupo.
O evento é fruto de uma iniciativa popular em parceria entre o CREIA, a Auditoria Cidadã da Dívida, UnBTV e o Movimento 2022: o Brasil que queremos.

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