Sindjus-AL entrevista Fattorelli

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Fattorelli destaca que o pagamento da dívida pública penaliza as mulheres

A coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, em entrevista ao Sindjus/AL, destaca que a mulher é prejudicada com o pagamento dos juros e amortização da dívida pública. “O governo reduz os serviços sociais, tais como creches públicas, assistência social, saúde, educação, moradia. Quando esses serviços não são proporcionados pelo Estado, tais tarefas recaem principalmente sobre as mulheres, que as realizam sem contraprestação, ou seja, sem remuneração”.

De acordo com ela, a dívida pública brasileira é o principal responsável pelo sucateamento dos serviços públicos do país e gera aos brasileiros uma das mais pesadas cargas tributárias do mundo. Desde 2001, Maria Lucia Fattorelli coordena os trabalhos da Auditoria Cidadã da Dívida, movimento independente e aberto à participação da população contra injustiças provocadas pelo processo de endividamento brasileiro e que exigem o cumprimento da Constituição Federal de 1988.

Como o pagamento dos juros e amortização da dívida pública penalizam as mulheres?

Maria Lucia Fattorelli: O pagamento de juros e a amortizações da dívida absorve quase a metade do orçamento anual da União. Em 2011, absorveu 45,05%, prejudicando todas as áreas sociais.

A mulher é particularmente prejudicada com a redução de serviços sociais, tais como creches públicas, assistência social, saúde, entre outros, pois quando esses serviços não são proporcionados pelo Estado, tais tarefas recaem principalmente sobre as mulheres, que as realizam sem contraprestação, ou seja, sem remuneração. Na Grécia, por exemplo, diante da crise financeira foram adotadas medidas de ajuste fiscal que provocou a demissão massiva de mulheres, além da eliminação de creches públicas e redução de serviços de assistência social. Tal fato significou enorme retrocesso para as mulheres face ao revigoramento de uma cultura segundo a qual elas se viram desempregadas e restritas a afazeres domésticos sem pagamento.

Leia a entrevista na integra no SINDJUS.