Desmoralizado devido à manutenção de juros altos sem justificativa, presidente do BC cogita sobre possível “fim do rotativo”
Depois de anunciar o nome da futura moeda digital na semana passada, ontem o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto anunciou a possibilidade de fim do “rotativo” do cartão de crédito e logo foi repreendido, pois não se trata de ideia já fechada, mas apenas uma proposta em estudo pelo Banco Central em conjunto com outros setores, como Ministério da Fazenda, associações financeiras e bancos.
O chamado crédito “rotativo” do cartão de crédito no Brasil cobra taxas de juros extremamente abusivas, em média de 450% a.a. e em alguns casos chega a cerca de 1.000 % ao ano. Essa cobrança ocorre quando a pessoa não paga o valor total da fatura do cartão de crédito, e o valor é levado ao mês seguinte acrescido dessa taxa de juros astronômica sobre o restante não pago.
Ainda que de fato fosse extinta a possibilidade desse crédito “rotativo”, as pessoas que atualmente se encontram endividadas acabariam se endividar de outra forma, pois o nível de renda da população está muito aquém das necessidades mínimas.
É preciso resolver essa questão de verdade, e não com falsos anúncios que sequer são autorizados pelos próprios parceiros do Banco Central em tais iniciativas. É urgente que o limite de juros vire lei, no patamar máximo de 12% ao ano, como consta do Projeto de Lei Complementar nº 104/2022, proposto pela Auditoria Cidadã da Dívida e várias entidades, que será alvo de debate em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados dia 30 de agosto de 2023. Participe!
Faça a sua parte e com 1 clique pressione parlamentares da CFT pela aprovação do PLP 104/2022, acessando https://auditoriacidada.org.br/pressione-a-cft-pelo-limite-dos-juros/