Dívida Pública é novamente destaque em segundo debate dos Presidenciáveis

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1/9/2014

Hoje foi realizado o segundo debate entre os presidenciáveis, transmitido ao vivo pela TV. Mais uma vez, o tema da dívida pública foi destaque.

No primeiro bloco do debate, o candidato Eduardo Jorge (PV) comentou sobre a “Bolsa Selic”, ou seja, o enorme volume de recursos destinado aos bancos, por meio da dívida pública, mostrando que, desta forma, não interessa às instituições financeiras emprestar ao setor produtivo a juros baixos, já que podem ganhar juros altíssimos emprestando ao governo.

Ainda no primeiro bloco, Luciana Genro (PSOL) mostrou como está organizado o orçamento federal: mais de 40% dos recursos são destinados para o pagamento da dívida pública, enquanto áreas sociais fundamentais como saúde e educação recebem 10 vezes menos. Propôs expressamente a auditoria da dívida pública como alternativa a este problema, que se não for enfrentado, não será possível o aumento significativo dos gastos sociais. Levy Fidelix (PRTB) também mostrou o problema da dívida, citando que o governo federal já gastou mais de R$ 600 bilhões com juros e amortizações da dívida neste ano.

No segundo bloco, perguntada por um jornalista se não seria algo “atrasado” criticar o setor financeiro, Luciana Genro (PSOL) denunciou os altíssimos lucros dos bancos, citando que o governo Dilma aumentou a taxa de juros 9 vezes, beneficiando assim os rentistas da dívida pública. Debatendo com Aécio Neves (PSDB), Luciana lembrou que Armínio Fraga – já escolhido por Aécio como seu “futuro Ministro da Fazenda” – praticou altíssimas taxas de juros quando foi Presidente do Banco Central durante o governo FHC.

No terceiro bloco, Luciana Genro (PSOL) questionou Marina Silva (PV), cujos assessores têm defendido o chamado “tripé” macroeconômico, ou seja, o superávit primário (a priorização dos gastos com a dívida pública), o aumento de tarifas (gasolina, por exemplo), e ainda a independência do Banco Central. Assim como no primeiro debate, Marina não desmentiu estas propostas, e se limitou a dizer que deseja manter as conquistas das últimas décadas.

No quarto bloco, Eduardo Jorge (PV) debateu com Aécio Neves (PSDB) sobre a proposta de reduzir a taxa de juros da dívida pública para obrigar os bancos a emprestar ao setor produtivo. Aécio respondeu que, para reduzir a taxa de juros, seria necessário resgatar a “confiança” na economia, sem esclarecer de quem seria necessário adquirir tal confiança, e como isto seria feito. Durante as considerações finais, Levy Fidelix (PRTB) ainda criticou os mais uma vez os bancos, que ganham a maior parte dos recursos e “não sobra dinheiro para nada”.

Portanto, mais uma vez o debate deixou claro que a dívida é o principal problema do país, e deve ser enfrentado por meio de uma profunda auditoria.