Efeitos do “Sistema da Dívida”: participação do Brasil na economia mundial cai quase à metade do vigente em 1980

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Notícia da CNN traz um levantamento encomendado pelo CNN Brasil Business à consultoria Austing Rating, com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), mostrando que a participação do PIB brasileiro na economia mundial caiu drasticamente desde 1980: era de 4,3% naquele ano, caiu para 3,6% em 1990, 3,1% em 2000, 2,4% em 2020 e para 2,3% em 2022.
 
A própria notícia da CNN reconhece a influência do sistema da dívida: “nos anos 80, o Brasil passou por uma crise da dívida externa. Naquele momento, o país teve dificuldades com a questão de capacidade de financiamento, sendo obrigado a entrar em programas com o FMI. ´Estes programas tentam impor ao país uma política de austeridade fiscal, e isso diminui a taxa de crescimento e aumenta o desemprego no curto prazo (…) os brasileiros vão continuar vendo PIB desacelerando, uma vez que o país está com o juro alto, ao contrário do juro negativo do mundo. ´O BC subiu os juros e vai segurar esse patamar por um bom tempo até que a economia desacelere. E isso já está acontecendo”.
 
A redução da participação do Brasil na economia mundial, portanto, é consequência dos eixos que mantém o país na escassez: o Sistema da Dívida, a política monetária suicida praticada pelo Banco Central, o modelo tributário regressivo, a exploração predatória pela mineração e o agrobusiness voltado para exportação.
 
Sem conseguir acompanhar o ritmo de crescimento do mundo, o Brasil vem despencando de posição também no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU) que mede o bem-estar da população em termos de renda, escolaridade e saúde, ocupando hoje apenas a 87º posição no planeta.
 
Visando alertar o governo eleito para os principais pontos a serem combatidos para a retomada do crescimento do Brasil, a Auditoria Cidadã da Dívida elaborou uma Carta Aberta, entregue no início de dezembro à Equipe de Transição do Governo Lula.