Fonacate lança livro abordando financeirização com capítulo escrito por Fattorelli
O Fonacate (Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado) lançou nesta terça-feira (24) o livro “Dominância Financeira e Privatização das Finanças Públicas no Brasil” durante os debates da 7ª Conferência Nacional das Carreiras Típicas de Estado. A obra conta com um capítulo escrito pela coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, onde relaciona o Sistema da Dívida com o aprofundamento da financeirização em nosso país.
O livro é descrito como “uma crítica ao modelo econômico que está em implementação no Brasil e, ao mesmo tempo, uma sugestão de caminho para o desenvolvimento nacional, a organização do Estado e o manejo da política econômica” por José Celso Cardoso Júnior, presidente do Sindicato Nacional dos Servidores do Ipea (Afipea).
O pesquisador e professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) do IBGE, Miguel Bruno, que assina três capítulos do livro do Fonacate, apontou os indicadores e consequências do processo de financeirização no país. “Não existe teto de gastos para as despesas financeiras, o que é sintomático. Se houvesse, de fato, austeridade, haveria teto para todas as rubricas, não apenas para os gastos sociais, que legitimam todo Estado democrático de direito”, afirmou.
Outra marca desta trajetória pode ser vista na alocação do capital. Conforme assinalou o especialista, para cada real direcionado a investimentos produtivos, outros seis são aplicados no mercado financeiro, o que, segundo ele, representa um verdadeiro obstáculo estrutural ao desenvolvimento do país. “A financeirização leva à captura dos estados nacionais e ao desmonte das estruturas de bem-estar social”, concluiu, mostrando que a financeirização da economia implica, ainda, dentre outros pontos: a precarização do trabalho, a desindustrialização e a queda nos ganhos de produtividade.
Baixe o livro gratuitamente no site do Fonacate clicando na imagem abaixo.