Governo aumenta dívida externa apesar de possuirmos US$ 350 bilhões de dólares na gaveta lá fora
Se você tivesse dinheiro na poupança rendendo pouco, tomaria empréstimo para pagar mais de dez vezes a mais de juros? Não, né? Mas é isso que os sucessivos governos têm feito!
Dia 16/11, jornais noticiaram o lançamento de títulos da dívida externa brasileira no valor de US$ 2 bilhões.
A narrativa em torno da operação, anunciada como “títulos públicos sustentáveis” ou “green bonds” é de que os recursos seriam aplicados em investimentos sociais e meio-ambiente, mas a realidade é outra.
O lançamento ainda não se encontra registrado na lista de títulos da dívida externa do Tesouro Nacional, mas os jornais dizem que o país deve pagar, em U$, 6,5% de juros ao ano, até 2031, além dos custos da conversão de Real para Dólar. Se o dólar se valorizar frente ao real, tanto o estoque da dívida como os pagamentos de juros aumentam também, em reais.
Ao mesmo tempo em que se endivida para obter U$ 2 bilhões, pagando juros de 6,5% ao ano, o país já detém US$ 348,5 bilhões em reservas em moeda estrangeira, que nos primeiros 9 meses deste ano renderam apenas 0,6% ao ano! Ou seja, o custo percentual que pagaremos nesses novos títulos é mais de 10 vezes superior ao que obtivemos com as reservas no exterior.
Esse cálculo se deve ao fato de as reservas terem rendido apenas 1,5% em juros, porém, há que se considerar perdas decorrentes da queda do valor de mercado dos papéis detidos pelo Brasil, que fariam a rentabilidade cair para 0,6%. Ainda, essas reservas acumulam elevado custo interno, pois foram feitas com mecanismos operados pelo BC com bancos e investidores privilegiados que recebem a Taxa Selic por meio das “Operações Compromissadas” ou “Depósitos Voluntários Remunerados”.
Novamente, o governo fez péssimo negócio! Só uma auditoria com participação social pode quantificar o prejuízo desta política econômica e monetária totalmente equivocada!