Governo insiste em vender três refinarias da Petrobras antes da eleição

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Notícia do site Brasil de Fato informa que faltando pouco mais de dois meses para as eleições, o governo reabriu processo de venda das refinarias Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. As três juntas somam 23% da capacidade de refino do país e já haviam sido postas a venda em 2019. A justificativa é que a venda estimularia a concorrência no setor e assim iria baratear o preço da gasolina e do óleo diesel no Brasil. O que se viu até agora, no entanto, foi bem diferente.

Na Bahia, a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), foi vendida no fim de 2021 ao Fundo Mubadala por US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 8,83 bi), mas estudo do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) apontou que ela valia ao menos US$ 3,12 bilhões, o dobro do valor. O Fundo Mubadala criou uma empresa para administrar a Rlam, a Acelen, que desde que assumiu o controle da refinaria, aumentou o preço do combustível vendido a distribuidores mais que a Petrobras; passou a comercializar os derivados de petróleo mais caros do país; e fez com que em março a Bahia chegasse a ter a gasolina e o diesel mais caros do Brasil. O Ineep também apontou vendas abaixo do valor considerado justo no caso da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, vendida em agosto de 2021 e da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará, vendida em maio.

A reportagem do Brasil de Fato conversou com o economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social do Petróleo (OSP), que explicou que as refinarias da Petrobras foram construídas para que, cada uma delas, atendesse determinados mercados estaduais. Sendo assim, quem compra determinada refinaria compra também seu mercado, podendo subir o preço da gasolina e do diesel já que não terá concorrentes, como fez a Acelen na Rlam. Dantas aponta que a gasolina seria até 11,5% mais cara em refinarias da Petrobras caso eles já tivessem sido privatizadas, enquanto o diesel seria até 12% superior ao atual nesse mesmo cenário.

Privatizar não é a solução! Leia a reportagem completa no Brasil de Fato