Grande mídia só dá espaço a representantes do mercado: cuidado!

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Servidores públicos federais precisam ficar atentos às suas aposentadorias. Enquanto o desmonte do Regime Próprio de Previdência de Servidores Públicos (RPPS) acontece, o incentivo à migração para o Regime de Previdência Complementar ganha espaço na imprensa. Em manchete do Correio Braziliense, o diretor-presidente da Fundação de Previdência Complementar de Servidores do Judiciário (Funpresp-Jud), Amarildo Vieira de Oliveira, diz enxergar vantagens para a categoria na migração dos planos, em uma visão bem distinta do que temos alertado em diversas palestras – e que a grande mídia não mostra.

Na palestra “Privatização da Previdência de Servidores Públicos: Uma visão crítica da Funpresp”, feita pela coordenadora nacional da ACD, Maria Lucia Fattorelli (veja em https://youtu.be/dJoeWkHp2Nk e leia em https://bit.ly/3dqsySR) é feita uma detalhada análise dos efeitos dessa migração, destacando as várias armadilhas contidas no plano, que incluem principalmente uma ilusória segurança (devido à imprevisibilidade do mercado financeiro) e a falta de garantias do recebimento de valor integral da aposentadoria (como acontece no RPPS).

Com a falácia de que “não temos recursos”, as contínuas Reformas da Previdência caminham para a PRIVATIZAÇÃO do RPPS, obrigando a adesão à Previdência Complementar, que deixa servidores vulneráveis. Os “Fundos de Pensão” e entidades abertas jogam trabalhadores contra trabalhadores e tentam legitimar o atual modelo econômico, ao condicionar os benefícios de aposentadoria ao rendimento das aplicações.

Diferente do que ouvimos o governo falar, o rombo das contas públicas não está e nunca esteve no RPPS, mas sim nos mecanismos financeiros que geram dívida pública sem contrapartida alguma ao país, como a escandalosa remuneração diária da sobra de caixa dos bancos. A dívida cresce a partir desses mecanismos ilegítimos, e tem servido de justificativa para as sucessivas contrarreformas que suprimem direitos sociais. Devemos lutar pela ANULAÇÃO DAS CONTRARREFORMAS que têm precarizado a estrutura do Estado e as aposentadorias do RPPS, e não ficarmos apenas debatendo “qual é o mal menor: RPPS ou FUNPRESP”.