Jornalista Fabio Pannunzio fala da necessidade de atuação ética da mídia para informar e levar conhecimento à sociedade – Painel 10 do Seminário Nacional da ACD

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O primeiro painelista do último painel do Seminário Nacional promovido pela Auditoria Cidadã da Dívida, jornalista Fábio Pannunzio tratou do tema “Necessidade de atuação ética da mídia para que de fato informe e leve conhecimento à sociedade”.
 
Segundo o painelista, a imprensa tem passado por um processo de deslegitimação há décadas, situação para a qual citou exemplos de omissão da mídia corporativista e comercial, citando vários exemplos desde a ausência de notícias, em grandes redes de televisão e jornais, sobre as greves do ABC em 1979 e 1980, e outros fatos relevantes ocorridos a partir daí. Ele questiona se, atualmente, a população estaria a salvo de manipulação.
 
Conceitualmente, afirma o jornalismo e a mídia como um conjunto de técnicas de apuração e checagem, contando, ainda, com um arcabouço legal que coloca limites e um embasamento ético que vai configurar o resultado do trabalho quando formatado, com uma licença dada pela Constituição Federal de 1988. Para tanto, cita o Código de Ética da Associação Brasileira de Imprensa e da Federação Nacional de Jornalistas.
 
Relativamente à conjuntura atual, aponta que o caráter antidemocrático deste governo está muito bem descrito nas ações, nas palavras do próprio presidente, que tem maltratado a imprensa porque não suporta o seu papel de mediadora e conformadora de uma parte da opinião pública do Brasil. Pannunzio também explicou porque a grande imprensa tem atacado o gráfico de pizza da Auditoria Cidadã da Dívida: “É a visão do mercado financeiro sobre o processo econômico”, disse, citando o exemplo do caderno de economia de certos jornais que usam o nome “Mercado” e não Economia. Destacou também a importância de serem mantidos os trabalhos e os núcleos da ACD para trazer uma visão alternativa do processo econômico.
 
Pannunzio descreveu, ainda, mudanças de paradigmas no jornalismo ao longo dos anos, com mudança do monopólio de alguns grupos comunicacionais às redes sociais, em que as fontes publicam sem passar pelos filtros da imprensa. Como resultado, tem-se, por um lado, a democratização do acesso à informação e, por outro, a bipolaridade que se mostra nas redes sociais.
 
Assista:
Veja o Painel 10 na íntegra: