Manifestações contra o setor financeiro

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Os jornais mostram as grandes manifestações contra o setor financeiro em diversos países, como Estados Unidos, Itália e Grécia. Nos EUA, centenas de manifestantes foram presos, enquanto na Grécia houve confronto com a polícia, com 78 detidos. O Portal Esquerda.net, de Portugal, mostra que a arrecadação tributária grega continua caindo, apesar dos aumentos de impostos, pois as medidas impostas pelo FMI e União Européia – cortes de gastos sociais, demissões em massa, etc – geram grande recessão, agravando o problema da dívida.

O jornal Correio Braziliense mostra que o Banco Central Europeu (BCE) pode financiar o FMI, para que este organismo empreste a países europeus, permitindo que estes últimos paguem dívidas anteriores. Esta seria uma forma do BCE driblar a legislação da União Européia, que o impede de emprestar diretamente a países, sob o argumento de que isto atenderia a interesses políticos e premiaria “países irresponsáveis”. Porém, quando são os bancos privados que entram em dificuldades, o BCE não mede esforços em disponibilizar imediatamente empréstimos ilimitados e baratos (com taxas de juros de cerca de 1% ao ano) e ainda comprar “títulos podres” em poder dos bancos privados, para livrá-los do “mico”.

Por outro lado, quando são os países que entram em dificuldades – exatamente por terem salvo os bancos privados – o FMI libera os empréstimos a conta-gotas, em várias parcelas, cada uma condicionada a severas medidas nefastas neoliberais.

O Jornal O Globo mostra que os “mercados” também atacam a França e Espanha, aumentando as taxas de juros exigidas para o refinanciamento das dívidas, de modo a pressionar pela execução de reformas neoliberais. Já no Brasil, onde o governo já cumpriu com folga as exigências dos rentistas e do FMI, a agência de classificação de risco Standard & Poor`s “elevou a nota de crédito” do Brasil, ou seja, recomendou aos rentistas a compra de títulos da dívida brasileira. Segundo a Agência, o país executou “políticas macroeconômicas prudentes, como o superávit primário próximo a 3% do PIB”, ou seja, cortou gastos sociais para privilegiar o pagamento da dívida.

Uma destas medidas que agradam aos rentistas é o esforço do governo em aprovar nesta próxima terça-feira a prorrogação da DRU (Desvinculação das Receitas da União) na Câmara dos Deputados, conforme mostra o Correio Braziliense. Este mecanismo permite ao governo destinar para onde quiser – ou seja, principalmente para o pagamento da dívida – 20% das receitas que deveriam ser destinadas a áreas sociais, como a Seguridade Social.

Sobre este privilégio da dívida, o portal “Vi o Mundo” traz artigo de José Arbex, que cita dado constantemente divulgado pela Auditoria Cidadã da Dívida: R$ 6,8 trilhões gastos com a dívida pública federal de 1995 a 2010 (Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional). Arbex compara este valor com os gastos das chamadas “políticas compensatórias” (como o Bolsa Família):

“Se as compensações atenuam a miséria, estão muito longe de resolver qualquer problema real. Os recursos do país que poderiam construir escolas, hospitais e obras de infraestrutura que permitiriam dispensar o Bolsa Família, servem para engordar os cofres do capital financeiro. De fato, a desigualdade e a miséria são perpetuadas, mas maquiadas por um verniz ‘humanista’”.

Por fim, o Jornal Estado de Minas divulga a primeira reunião da Comissão Especial da Assembleia Legislativa de MG sobre a dívida do estado, que propôs a instalação de um “dividômetro” nas Praças Sete e da Assembleia, que mostre em tempo real o montante do endividamento de MG. A intenção é mostrar à população como esta dívida cresce de forma acelerada devido ao índice utilizado para sua atualização, o IGP-DI.

Porém, o governo federal não aceita a revisão desta dívida, e tenta adiar – e agravar – o problema, concedendo um aumento de R$ 3 bilhões no limite de endividamento de MG. Aprofunda-se, assim, o círculo vicioso da dívida, ao se recorrer a mais empréstimos para suprir a falta de recursos gerada pelo próprio endividamento.

Sobe para 300 número de presos em manifestações em Nova York
Folha Online – 18/11/2011 – 08h24 – DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Protestos em Itália contra “Governo de banqueiros”
Negócios Online – Portugal – 17 Novembro 2011 | 19:21 – Diogo Cavaleiro

Povo grego volta às ruas
Esquerda.net – Artigo | 18 Novembro, 2011 – 03:17

José Arbex: No Brasil, maquiagem da pobreza é com “verniz humanista”
Viomundo – 18/11/2011

Dívida de Minas poderá ser contada dia a dia
Proposta é criar o “dividômetro”
Estado de Minas – Amanda Almeida – Publicação: 18/11/2011 

 

Notícias diárias comentadas sobre a dívida – 15.11.2011 

O Portal Esquerda.net de Portugal mostra a coletiva de imprensa feita para convocar a “Convenção de Lisboa”, a ser realizada dia 17 de dezembro, e que iniciará os trabalhos da Auditoria Cidadã da Dívida portuguesa. A notícia traz a íntegra da Convocatória, assinada por centenas de pessoas, e também divulga a página na internet da Auditoria Cidadã de Portugal: http://auditoriacidada.info/ , que traz material sobre o assunto, inclusive um texto da coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida do Brasil, Maria Lucia Fattorelli.

A coletiva de imprensa foi repercutida por grandes jornais de Portugal.

Enquanto isso, os rentistas continuam tomando atitudes que mostram ainda mais a necessidade de auditoria ampla e profunda destas dívidas. Conforme mostra o Portal Veja, os rentistas estão exigindo taxas de juros recordes para refinanciar a dívida da Espanha, de modo a pressionar os candidatos às eleições (que ocorrem daqui a 5 dias) a adotar o plano de “austeridade” exigido pelo “mercado”.

É assim que os rentistas conseguem, por exemplo, que a Itália demita 300 mil servidores públicos e eleve a idade para a aposentadoria, ou que o Ministro das Finanças da Grécia diga que “precisamos fazer tudo o que é exigido imediatamente, agora (…), referindo-se às exigências da União Europeia (UE) de uma carta de comprometimento com o programa por parte dos líderes gregos.”, conforme mostra o Jornal Estado de São Paulo.

No Brasil, o governo também toma medidas deste tipo, ao priorizar projetos que cortam gastos sociais para permitir o pagamento da dívida. Outra notícia do Estado de São Paulo mostra que a Presidente Dilma Rousseff reuniu-se esta noite com o Presidente do PT (Partido dos Trabalhadores) para avaliar “o comportamento da base aliada e dos petistas nas votações importantes da reta final dos trabalhos do Congresso – Orçamento, DRU e Previdência Complementar dos Servidores.”

Enquanto a proposta orçamentária para 2012 reserva cerca da metade do orçamento para o pagamento da dívida (sendo que a DRU reforça esta priorização do setor financeiro), o projeto de Previdência Complementar dos Servidores (PL 1992/2007) significa a privatização da previdência, em benefício do setor financeiro.

Uma auditoria “para tornar claro o que é opaco”
Esquerda.net – Portugal – Artigo | 15 Novembro, 2011 – 20:21 

Hoje vai ser pedida uma auditoria cidadã à dívida pública portuguesa
Sabado – Portugal – Dinheiro – 15-11-2011

Auditoria Cidadã quer saber quem são os credores da dívida do Estado português
15/11/2011 | 18:28 | Dinheiro Vivo 

Auditoria cidadã quer identificar “parcelas ilegítimas” da dívida pública
Negocios Online – 15 Novembro 2011 | 17:36

Dívida: Auditoria cidadã apela a participação popular para identificar “dívidas ilegítimas ou ilegais”
Portal RTP – Portugal – 15 de Nov de 2011

“Auditoria cidadã” quer participação popular
Jornal de Notícias – 15/11/2011

Mercados aumentam pressão sobre a Espanha antes de eleições
Veja – Economia – 15/11/2011 – 16:34

País vai cortar 300 mil empregos públicos
Estado de São Paulo – 15 de novembro de 2011 | 3h 05

Grécia deve fazer tudo para evitar default, diz ministro
Estado de São Paulo – 15 de novembro de 2011 | 16h 59

Dilma discute reforma ministerial com aliados
Estado de São Paulo – 15 de novembro de 2011 | 20h 24